Futebol Nacional

"Minha família está envergonhada", diz goleiro do Sport, arrependido

postado em 26/07/2011 15:52 / atualizado em 26/07/2011 16:29

Paulo Filgueiras/EM/DA Press


Enviado Especial
Barão de Cocais - O goleiro Gustavo, da equipe júnior do Sport. disse que não sabe explicar o que passou pela sua cabeça no momento da agressão ao jogador do Vasco, Elivélton, durante partida pela Taça BH de Futebol Júnior. "Uma coisa absurda, um ato sem pensar. Estou muito arrependido e peço desculpas principalmente ao Elivélton e aos meus colegas, que também ficaram prejudicados. Eu estava lá para ajudar e acabei arranhando a imagem do meu time", disse.

Gustavo afirma que não passa por nenhum problema pessoal que pudesse justificar a sua violência, pois sempre se considerou uma pessoa tranquila. "Dizem que todo ser humano tem seus três minutos de bobeira e eu não tive três, mas seis ainda".

O goleiro conta que nunca foi tomado pela fúria, como ocorreu nessa segunda-feira, e que não vê explicação para seu ato. Ele conta que nem se aproximou de Elivélton durante a partida ou que pudesse ter havido alguma agressão do vascaíno que justificasse vingança.

Gustavo desceu do quarto do hotel na tarde desta terça-feira, depois de telefonar para os pais e a namorada, que moram em Marechal Deododo (AL). "Estão todos envergonhados, chorando, perguntando porque eu fiz aquilo. Nem para eles eu sei explicar", disse o goleiro, afirmando que seu ato serviu de lição de vida.

O goleiro promete mudar seu comportamento e garante que não desistirá do sonho de ser jogador: "Meu futuro profissional está comprometido, mas não posso me deixar abalar. Sou que estou errado, reconheço o meu. Sei que machuquei uma pessoa que não era para ter machucado, nem ele e nem ninguém que estava naquela briga. Quero pedir desculpas pessoalmente ao Elivélton, do absurdo que fiz. Quase estraguei a vida dele. Graças a Deus ele está bem".

Apelo

Para os colegas de campo e jogadores de outros times, ele faz um apelo: "Não tomem essa minha atitude como exemplo. Isso foi um absurdo. Gustavo também falou das dificuldades quando criança – aos nove anos, começou a jogar em campos de várzea perto da sua casa, em Marechal Deododo: "Comecei a me profissionalizar quando caí num clube, o CSA-AL. Dali, comecei a levar mais a sério o futebol. Meu sonho é ajudar minha mãe, minha família e minha namorada. Eles que me dão força e me defendem".

Quando pequeno, ele conta que seu pai tirava o dinheiro da comida para pagar a passagem de ônibus para ir treinar. O pai de Gustavo é dono de um estacionamento e a mãe, dona de casa. Ele é o segundo de cinco filhos. A respeito do depoimento que prestará nesta quarta-feira à Polícia Civil, ele diz que não tem como negar o seu ato.

Gustavo revela ter ido de quarto em quarto do hotel pedir desculpas aos colegas e à noite, todos se reuniriam para reforçar o pedido.

Tags: