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Clubes reclamam de prazos e custos para assinatura da carteira de trabalho

A partir de fevereiro, a inscrição no BID só será feita com registro profissional

postado em 21/01/2018 10:40 / atualizado em 21/01/2018 10:44

Agência Brasil
Os clubes que disputam as Séries C e D do Campeonato Brasileiro, aqueles que vão sofrer os maiores impactos da obrigatoriedade da assinatura da carteira de trabalho dos atletas, reclamam da falta de prazo para se adaptarem às novas regras. A medida administrativa foi enviada pela CBF aos presidentes das federações estaduais no mês de dezembro. A entidade determinou que este mês de janeiro seja dedicado aos ajustes operacionais para o registro dos atletas. A partir de fevereiro, a inscrição no Boletim Informativo Diário (BID) só será feita com a cópia do registro profissional do jogador. Sem ela não há inscrição.

“É preciso um prazo para os clubes se adaptarem. A coisa é certa, mas é preciso um tempo para os clubes respirarem”, disse Pedro Artur, diretor do São Mateus-ES. “Poderia ser como aconteceu com o Profut”, completou. “Eu concordo com a medida. O problema é a CBF pegar os clubes de surpresa, faltando menos de 15 dias pro campeonato começar”, avaliou Israel Levi, presidente do Doze-ES. A CBF rebate e afirma que as mudanças vêm acontecendo ao longo do ano passado e que os clubes já estavam se adaptando.

“Por um lado, vai facilitar para o clube que quer se profissionalizar. Por outro, vai travar alguns clubes, talvez até o nosso. Mas podemos fazer contratos temporários. Podemos usar esse artifício para driblar os custos. É uma burocracia a mais, mas é o caminho da profissionalização”, disse Paulo Moura, presidente do Ji-Paraná-RO.

Para Palmeron Mendes, presidente do Guarani, a medida pode afetar negativamente as categorias de base. “Para os atletas das categorias de base, a medida poderá representar um retrocesso. A grande maioria acabaria sendo dispensada prematuramente diante da obrigatoriedade de registro”, disse o dirigente.

SALÁRIO MÍNIMO - Atletas e dirigentes afirmam que os clubes vão registrar os atletas com o salário mínimo (R$ 954) para evitar custos com encargos trabalhistas. “Nos clubes menores, a assinatura da carteira é feita pelo valor mínimo do salário ou até R$ 1 mil. O restante é direito de imagem”, disse o goleiro Deola, hoje no Fluminense-BA. “Os times do interior vão registrar com o mínimo”, confirmou José Henrique, diretor do Tricordiano-MG.