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CAMPEONATO BRASILEIRO

Jogos adiados, 30 casos e mudança de protocolo: o impacto da COVID-19 na rodada inaugural do Campeonato Brasileiro

Goiás, com nove infectados, e Imperatriz-MA, com 12 casos, tiveram jogos adiados em função do novo coronavírus

postado em 11/08/2020 07:00 / atualizado em 10/08/2020 23:09

(Foto: Divulgação/Goiás)


As séries A, B e C do Campeonato Brasileiro começaram no último fim de semana com equipes prejudicadas em função do novo coronavírus. Goiás, CSA e Imperatriz, do Maranhão, tiveram jogadores com exames positivos para COVID-19. Destes, apenas o time alagoano entrou em campo – vitória por 1 a 0 sobre o Guarani, que foi muito comemorada pelo clube.



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E a grande comemoração do técnico Eduardo Baptista tem explicação. O clube alagoano não contou com oito jogadores que testaram positivo para COVID-19. Apesar de não ter divulgado os nomes, o CSA deixou nove atletas de fora do jogo com o Guarani: os laterais Norberto, Diego Renan e Igor Fernandes, os volantes Marquinhos, Márcio Araújo e Yago, o meia Andrigo e os atacantes Rodrigo Pimpão e Michel Douglas.

Todos eles entraram em campo ou ficaram no banco de reservas na derrota para o CRB, por 1 a 0, na última quarta-feira, pelo Campeonato Alagoano. Os testes positivos vieram depois da partida. No mesmo jogo do Estadual esteve presente o árbitro Denis Ribeiro Serafim, que não trabalhou no fim de semana porque também foi infectado.

Apesar dos nove casos após a partida, o presidente da Federação Alagoana de Futebol, Felipe Feijó, disse não houve falha no protocolo.

“A chance de falha é zero. A partida entre CSA e CRB não foi causa de infecção. É impossível que o teste que foi feito após a partida identifique jogadores infectados naquele mesmo dia. O resultado aparece com alguns dias e, se fosse assim, o CRB teria infectados, e não teve nenhum. O Denis, por exemplo, tava apitando Copa do Nordeste, fez três testes em 15 dias, todos negativos”, relatou.

 

Jogos cancelados

A CBF cancelou dois jogos no fim de semana em função dos testes positivos para coronavírus: Goiás x São Paulo, pela Série A, e Treze-PB x Imperatriz, pela Série C.



A equipe goiana teve nove jogadores infectados pelo coronavírus. Os nomes foram revelados pelo atacante Rafael Moura, um dos casos positivos. Além dele, Sandro, Tadeu, David Duarte, Lucão do Break, Ratinho, Keko, Jefferson e Gilberto (reincidente) estão em isolamento social após o resultado dos testes.

O Goiás fez os testes com o laboratório do Hospital Albert Einstein, parceiro da CBF, na quinta-feira, mas teve que repetir o procedimento por uma falha de acondicionamento do material. Os resultados saíram apenas no domingo pela manhã com dez atletas diagnosticados com o vírus. O clube esmeraldino repetiu os testes, que confirmou a infecção em nove deles.

O resultado da contraprova saiu apenas no fim da tarde. Se tivesser que disputar a partida, o clube esmeraldino teria apenas 13 jogadores à disposição, pois foram 23 testados para a partida.

Já o Imperatriz viveu situação ainda pior. O clube relacionou 19 jogadores para o duelo contra o Treze, em Campina Grande, na Paraíba, mas 12 deles testaram positivo. A CBF optou por suspender a partida.

Mudança de protocolo

O Hospital Albert Einsten também se envolveu em polêmica durante o Campeonato Paulista. Na terça-feira (28 de julho), dois dias antes das quartas de final contra o Corinthians, o Bragantino recebeu os resultados de testes feitos após o jogo contra o Botafogo-SP.

Foram 26 testes (entre jogadores e funcionários) que apontaram positivo para COVID-19. No entanto, o Bragantino recorreu a outros dois laboratórios e todos os exames deram negativo.

Em função dessas inconstâncias, a CBF promoveu mudanças. A partir desta semana, os clubes poderão realizar exames fora do Hospital Albert Einstein.

Outra alteração no protocolo é a ampliação dos testes para todos os jogadores inscritos nos campeonatos. Antes, eram testados apenas os atletas relacionados para cada partida. A testagem deve acontecer a cada rodada, com 72 horas de antecedência. A mudança começa para os jogos do dia 14, na sexta-feira.

A entidade afirmou que vai seguir bancando todos os exames, mesmo aqueles feitos com outros laboratórios. "A CBF reembolsará o valor dos testes aos clubes que optarem pelo laboratório local, tendo como referência o valor estabelecido no contrato celebrado entre a entidade e o Einstein."

Outra alteração é quanto ao prazo para a testagem: "os resultados deverão ser enviados à CBF até 24h antes da partida pelo clube mandante e até 12h antes da viagem pelo clube visitante, o que permitirá que qualquer equipe proceda a troca de eventuais jogadores com teste positivo".

Controle em BH

O protocolo da CBF para a realização dos jogos não exige que jornalistas envolvidos na cobertura dos jogos apresentem testes de COVID-19. No entanto, essa é uma exigência em Belo Horizonte por determinação da prefeitura da capital mineira.

A CBF banca 76 testes por partida: 23 atletas de cada time, os técnicos, 12 componentes da equipe de arbitragem e mais 16 membros da CBF. Os exames de gandulas são de responsabilidade dos clubes mandantes.

Os demais profissionais que frequentam os estádios nos dias dos jogos têm testes arcados por suas respectivas empresas. A validade desses exames é de 14 dias.

Ao entrarem nos estádios, os profissionais têm a temperatura aferida e passam por um inquérito epidemiológico. Essas são exigências da CBF, responsável pelo evento.

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