DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Mineirão cria canal para receber denúncias de racismo e injúria racial

Frequentador do estádio que sofrer ou presenciar casos de racismo poderá enviar um e-mail para racismonao@estadiomineirao.com.br relatando o fato

postado em 20/11/2019 12:53 / atualizado em 20/11/2019 13:25


O Mineirão anunciou, nesta quarta-feira, no Dia da Consciência Negra, a criação de um canal para que os torcedores possam enviar denúncias de crimes de discriminação ou preconceito racial presenciados no estádio.

Segundo a administradora do estádio, a partir de domingo, quando Atlético e Athlético-PR se enfrentam, o frequentador do estádio que sofrer ou presenciar casos de racismo ou injúria racial poderá enviar um e-mail para racismonao@estadiomineirao.com.br relatando o fato.

De acordo os gestores do Mineirão, todas as informações serão repassadas para que os órgãos competentes tenham conhecimento sobre os fatos cometidos e procedam com as devidas investigações.

“Entristece-nos o alto índice de casos de racismo registrados no futebol. Além de levantar a discussão sobre esta realidade em um dia tão importante, com o novo canal de denúncia pretendemos lutar contra o silêncio. O Mineirão é um espaço plural e crimes de descriminação devem ser combatidos todos os dias do ano”, disse a gerente de Relações Institucionais do Mineirão, Ludmila Ximenes.

Caso de racismo no Mineirão



Após o empate por 0 a 0 no clássico entre Cruzeiro e Atlético, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, as arquibancadas do Mineirão viraram “praça de guerra”. Em meio à confusão, o atleticano Adrierre Siqueira da Silva se dirigiu ao segurança Fábio Coutinho com menosprezo e disse: ‘Olha a sua cor’. O mesmo torcedor ainda deu uma cusparada no rosto do profissional.

Irmão de Adrierre, Nathan Siqueira da Silva também é suspeito de ter cometido injúria racial por supostamente ter chamado Fábio Coutinho de 'macaco'. Nathan nega e alega ter dito 'palhaço', não 'macaco'. Os dois pediram desculpas e alegaram que não são racistas. Para isso, utilizaram justificativas como, por exemplo, dizer que têm parentes negros e vão a cabeleireiros negros.

O caso viralizou nas redes sociais momentos depois do clássico. Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para investigar o ocorrido. A pena por injúria racial vai de um a três anos de reclusão e multa.

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