Moscou – Em uma cidade com tanta importância histórica como Moscou, é comum encontrar estátuas em homenagem a grandes nomes das artes, das batalhas e da política. Um monumento na região central da capital, entretanto, chama a atenção dos transeuntes pelos seus quase sete metros e pela arma empunhada: é a estátua do projetista Mikhail Kalashnikov, o inventor da AK-47, arma projetada em 1947 e que se tornou a mais letal do planeta, com mais de 100 milhões de exemplares fabricados.
A Automatic Kalashnikov (abreviada para AK, mais o ano de sua criação) é motivo de orgulho para o povo russo – um dos maiores jogadores de basquete da história do país, Andrei Kirilenko, por exemplo, usava a camiseta 47 em homenagem a ela.
O rifle começou a ser desenvolvido durante a Segunda Guerra pelo engenheiro e se tornou a arma-padrão do Exército Vermelho durante o período soviético. Por ser potente e barata, a AK-47 foi o armamento de várias lutas por independência ao redor do mundo e está presente até em bandeiras, como de Moçambique.
Nascido em 1919, na região da Sibéria, Kalashnikov não obteve lucros com a arma. Morreu aos 94 anos, em 2013, com problemas no coração. Pouco antes, recebeu a medalha de herói da Federação Russa, o maior título do país. Costumava dizer que criou o rifle para proteger seu país e não se sentia culpado sobre como passou a ser utilizado.
A estátua foi inaugurada no ano passado, com a presença do público e autoridades locais, em solenidade com diversas homenagens militares.