Copa do Mundo

CONEXÃO RÚSSIA

Entre os seguranças, conduta bipolar

'Mesmo no metrô, os seguranças são de veneta'

postado em 04/07/2018 09:09

AFP / YURI CORTEZ
Ainda no Brasil, me preparando para a cobertura da Copa do Mundo, ouvi de uma amiga russa: “Fique o mais longe possível dos agentes de segurança”. Ela explicou que os “homens da Lei” da Rússia não são muito, digamos, “educados”, independentemente da situação, e não aceitam argumentos, ainda que plausíveis. Imagina de um estrangeiro que não fala a língua!!

Não tive qualquer problema até o momento, mas noto que não há muito critério por parte deles. Há dias em que você pode passar por um local. Em outros, não. Às vezes, a pessoa quer voltar por onde veio, mas não deixam. Como a maioria não fala inglês, a comunicação é feita por meio de antebraços cruzados em X, seguido do tradicional “não”.

Mesmo no metrô, os seguranças são de veneta. Uso a mesma estação ao menos duas vezes ao dia, quase sempre pela mesma saída, e tudo depende de como está o humor deles, que podem pedir para você parar enquanto escaneiam sua mochila ou mesmo colocá-la dentro do aparelho de raios-X.

Para entrar na Praça Vermelha, há pórticos com detectores de metal. Enquanto alguns guardas mandam passar sem nem olhar no rosto da pessoa, outros pedem para tirar tudo que está na mochila e nos bolsos.

Nos estádios, é a mesma coisa. Algumas vezes, passo tranquilo, apenas mostrando que o celular e o laptop estão funcionando. Outras, implicam até com um simples chaveiro de metal, chegando a ameaçar confiscá-lo.

Entendo a preocupação. A Rússia está cheia de turistas. Já houve episódio de terrorismo no metrô e existem grupos separatistas ou de outros países insatisfeitos com as decisões do governo de Vladimir Putin. Eles só podiam adotar um padrão para não deixar a gente doido.

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