Fabio Ivo Monteiro - Correio Braziliense

 

Fã de música, Pelé se aventurou também como cantor. Na foto, um encontro entre ele e Tostão com Elizete Cardoso e Jair Rodrigues, seu parceiro em composições

Bola e arte sempre caminharam juntas com Pelé. Os lances geniais do rei, nos seus quase 20 anos de carreira, não deixaram dúvidas acerca de sua capacidade de criar obras de arte com os pés. Mas não foi apenas dentro das quatro linhas que Pelé exibiu seus talentos para o mundo.

Pelé sempre teve uma relação muito forte com a música. Dono de uma voz grave, o Rei do futebol participou de composições com grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina, Jair Rodrigues e Gilberto Gil. Com Elis, Pelé lançou um compacto de apenas duas músicas - intituladas Perdão não tem e Vexamão, ambas escritas por Pelé - em 1969, sob o selo Loronix.

Quando se mudou para jogar pelo Cosmos, de Nova York, o rei lançou outro álbum, agora com produção de Sergio Mendes. A obra tinha 13 composições. As mais relevantes foram "Meu mundo é uma bola" e "Cidade Grande", sendo que a última ganhou fama em uma parceria posterior com o cantor Jair Rodrigues.

Em 1987, ele gravou o clip de uma música em homenagem à cidade natal, Três Corações

 

No cinema, Pelé participou como ator dos filmes O Rei Pelé (1962), Barão Otelo no Barato dos Milhões (1971), A Marcha (1972), Os trombadinhas (1979), Fuga para a Vitória (1982), Pedro Mico (1985), Os trapalhões e o rei do futebol (1986). Pelé ainda foi objeto de dois documentários: Isto é Pelé (1974) e Pelé Eterno (2004).

O maestro Ruriá Duprat, responsável pela produção do CD Peléginga - lançado apenas no continente europeu, em 2006 -, acredita que a carreira musical do Rei ainda deve durar muito tempo. "Temos grandes planos para os álbums", revela. Segundo ele, Pelé está animado com as gravações. "Estivemos recentemente no estúdio gravando. É o que ele gosta de fazer hoje." Para quem aprecia a música do rei, as novidades devem vir em breve.