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Exemplos para o Brasil

Pontualidade britânica, soluções em mobilidade, revitalização urbana e acolhida ao público em Londres são lições que ficam para a organização dos Jogos na Rio'2016

Renan Damasceno - Estado de Minas

| Tags: celular 

Publicação:

09/09/2012 09:21

 

Atualização:

09/09/2012 09:24

Eddie Keogh/Reuters
Despedida no alto do pódio: equipe de futebol de 5 celebra a conquista da medalha de ouro na vitória sobre a Seleção da França, que garantiu também o tricampeonato

Londres - Quando a pira se apagar hoje à noite no Estádio Olímpico de Londres, as atenções vão se voltar para o Brasil, sede dos próximos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o Rio’2016. São pouco menos de 1,5 mil dias para o país erguer um Parque Olímpico – que vai ser construído na área do autódromo de Jacarepaguá –, revitalizar e readequar arenas, além de resolver problemas urbanos como transporte público e segurança.

Desde a escolha para sediar a 30ª edição da Olimpíada e 14ª Paralimpíada, em 2005, Londres começou a se preparar. A intenção, como sempre defendeu o presidente do Comitê Organizador Local (Locog), Sebastian Coe, era realizar “os melhores Jogos da história”.

Os britânicos chamaram atenção pelo bom andamento das obras, a bem-sucedida rede de transporte público e por a revitalização do lado leste da cidade. O orçamento, apesar de ter saltado de 4 bilhões de libras para 9,3 bilhões de libras (cerca de R$ 25 bilhões), foi três vezes mais baixo que o valor gasto pelo ciclo Pequim’2008 (R$ 71,6 bilhões). No campo da segurança – setor preocupante por causa dos ataques terroristas ao metrô, em 2005 –, a organização teve problemas com a empresa privada GS4 e convocou de última hora cerca de 17 mil militares do Exército.

Os organizadores do Rio’2016 sabem que terão trabalho para superar os Jogos da capital inglesa. “Londres nos trouxe dois aprendizados fundamentais: a prioridade que deram à experiência do público, oferecendo as melhores condições possíveis, e o conforto e estrutura que deram aos atletas. Todos saíram felizes”, comentou o diretor-geral do Comitê Rio’2016, Leonardo Gryner. “Superar Londres é o nosso desafio”, completa.

Mobilidade

Londres teve linhas especiais para os ônibus e carros da competição. O transporte público – mais de 400 quilômetros de linhas de metrô – funcionava até a 1h, e o acesso ao Parque Olímpico foi distribuído em várias estações para evitar transtornos e filas. Vias bem sinalizadas e 70 mil voluntários reforçaram o serviço.

Pontualidade

As obras para a Olimpíada foram entregues com mais de um ano de antecedência. O Parque Olímpico, em Stratford, começou a ser construído em 2007 e, em julho do ano passado, recebia os ensaios para a festa de abertura. A tradicional pontualidade britânica imperou nos Jogos, no transporte público e no horário das competições.

Revitalização urbana

O maior legado para os londrinos foi a revitalização do lado leste, região industrial sucateada transformada com a construção do Parque Olímpico. Stratford recebeu investimento de 88 milhões de libras (cerca de R$ 250 milhões). O solo foi descontaminado e mais de 4 mil árvores foram plantadas na área de 2,5 km2, equivalente à do Hyde Park. Além do Parque Olímpico, foi inaugurado em setembro do ano passado o Westfield, maior shopping da Europa.

Experiência do público

O Comitê Organizador Local (Locog) teve preocupação extra para que o público se sentisse confortável nos espaços olímpicos. Os locais contaram com praças de alimentação e espaços abertos para convivência, com telões e eventos simultâneos. Os Jogos de Londres foram uma celebração em família.

Identificação

Em tempo de crise econômica na Europa, os Jogos serviram para reforçar a identificação dos britânicos com a nação da rainha. Os torcedores se envolveram com os atletas, premiados com a boa campanha do Team GB nas duas competições. Campanhas popularizaram os principais atletas entre o público.

Sétimo, com louvor

O Brasil teve um sábado recheado de pódios, conquistando nove medalhas – cinco de ouro. O bom desempenho garantiu a ascensão brasileira do oitavo para o sétimo lugar – meta estipulada para os Jogos da capital inglesa. Para que mantenha a colocação, será preciso torcer contra a Alemanha, com dois ouros a menos (20 a 18), nas quatro classes da maratona, prova que fecha a Paralimpíada, hoje.

Brasileiro com maior número de medalhas na história, o nadador Daniel Dias conquistou seu sexto ouro em seis provas em Londres, ao vencer os 100m livre S5, nadando em 1min09s35. Foi a 15ª em duas participações do paulista, que igualou a marca de ouros em uma só edição do nadador Clodoaldo Silva, obtida em Atenas’2004.

No futebol de 5, a Seleção Brasileira confirmou seu favoritismo, ao bater a França por 2 a 0, chegando ao tricampeonato. O Brasil também angariou três medalhas na bocha: pela categoria BC2, Maciel Sousa Santos foi ouro, mesmo resultado de Dirceu Pinto, na classe BC4, que teve Eliseu dos Santos como bronze.

A prova mais aguardada ontem, no Parque Olímpico, foi a disputa dos 400m T44, que marcava o reencontro do astro Oscar Pistorius com o brasileiro Alan Fonteles. O brasileiro superou o sul-africano nos 200m e os dois ficaram fora do pódio nos 100m. Pistorius, favorito, obteve o recorde mundial, com 46s68.

Alan, que correu lado a lado com Pistorius nos primeiros 200m, ficou em quarto, com 51s59, atrás de dois norte-americanos. “Como eu não treino a prova dos 400m, eu senti bastante no final. Vim de uma semana de muitas provas à noite e isto me cansou um pouco. Assim como muitos atletas treinaram, eu vou passar a me preparar para os 400m, além de defender meu título dos 200m”, explicou Fonteles.

Ainda no atletismo, o melhor resultado do dia foi com Shirlene Coelho, que conquistou medalha de ouro, ao bater o seu próprio recorde mundial (37,86m) no lançamento de dardo, da classe F37/38, modalidade em que o mineiro Claudiney Batista faturou a prata. Nos 100m T11, Lucas Prado foi prata, e Felipe Gomes, bronze.

(*) O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

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