América

UM MOMENTO NA HISTÓRIA

De jogador brigão a técnico respeitado

postado em 07/08/2014 08:43

Eugênio Moreira /Estado de Minas

ARQUIVO / EM DA PRESS
Jorge Vieira foi um técnico consagrado no futebol brasileiro nos anos 1970 e 1980. Desde o início da carreira, ele se mostrou promissor. Com 26 anos, levou o América ao título carioca de 1960; sete anos depois, passou por outro América, o mineiro. Em 6 de agosto de 1967, o treinador ganhou longa reportagem no caderno de Esportes do Estado de Minas. “Jorge Vieira: um ponta ruim, um bom técnico” foi o título.

Nascido no Rio de Janeiro, em 18 de julho de 1934, Jorge Silva Vieira foi ponta-direita do Madureira, de 1953 a 1955. Era um jogador indisciplinado, brigão e constantemente expulso de campo. O começo como treinador também foi no Tricolor Suburbano, em 1956, depois de se formar na Escola Nacional de Educação Física e Desportos, no Rio. No ano seguinte, conquistou o Torneio Início. Em 1958, trabalhou três meses no Fluminense. Depois, comandou a Seleção Cearense no Brasileiro de Seleções de 1959.

No ano seguinte, levou o América-RJ ao título carioca, com a vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense, no Maracanã, em 18 de dezembro. “Não posso me lembrar daquele dia. Confesso que, depois do jogo, chorei de alegria e nunca mais poderei esquecer o time que se sagrou o primeiro campeão do Estado da Guanabara”, relembrou Jorge Vieira ao EM.

Mesmo campeão, Jorge Vieira deixou o América e foi dirigir o Olaria. Também comandou a Seleção Carioca,Vasco e Belenenses, de Portugal, além de voltar ao time americano e ao Olaria. A passagem pelo futebol europeu serviu de aprendizado para o treinador, que, na época, considerava os irmãos Zezé e Aymoré Moreira os melhores técnicos brasileiros.

AMIZADE “Uma coisa muito importante e que quase ninguém liga é a amizade que um técnico precisa ter com os jogadores de um time de futebol. É tão necessário quanto o preparo técnico e físico”, declarou ao jornal, elogiando o ambiente no clube mineiro: “No América, este clima tem sido muito elevado e não sou apenas considerado como técnico, mas também como conselheiro e colega de profissão.”

Depois de 59 jogos, Jorge Vieira deixou o Coelho. Em 1968, comandou o Galícia, de Salvador, campeão baiano. Voltou a se destacar nacionalmente quando dirigiu o Coritiba, em sua primeira participação em Copa Libertadores, em 1976, e o Botafogo, de Ribeirão Preto, no ano seguinte. Em 1978, foi técnico do Palmeiras, vice-campeão brasileiro, e teve rápida passagem pelo Atlético (apenas 14 jogos). Também trabalhou no Corinthians (três vezes), no Botafogo-RJ e no Vasco, entre outros. Jorge Vieira morreu em julho de 2012, aos 78 anos.