O América receberá compensação financeira pela ida do técnico Enderson Moreira para o Bahia. Em comunicado divulgado via assessoria, o clube confirmou a existência de uma multa em caso de quebra de contrato antes do encerramento. O dinheiro a ser embolsado pelo Coelho não foi divulgado, mas, segundo apurou o Superesportes, a quantia é considerada baixa para os padrões do futebol brasileiro.
Internamente, a saída de Enderson pegou a cúpula do América de surpresa. Tanto que há quatro dias, o presidente Marcus Salum e o diretor de futebol Ricardo Drubscky se reuniram com o treinador para discutir a contratação de reforços. Nomes de jogadores e posições prioritárias já estavam em pauta.
Além de Enderson Moreira, foram para o Bahia o assistente técnico Luiz Fernando Flores, o preparador físico Edy Carlos e o treinador de goleiros Ailton Serafim da Hora. Seguem no Lanna Drumond integrantes fixos da comissão, como Geraldo Delamore (assistente técnico), Gerson Rocha (preparador físico), Marques Fernando (preparador físico) e Silvio Siqueira Jardim (treinador de goleiros).
Alguns nomes de técnicos foram especulados no América, como os de Guto Ferreira (ex-Bahia), Marcelo Oliveira (sem clube há sete meses) e Zé Ricardo (ex-Vasco). A diretoria, contudo, esclareceu que nenhuma decisão foi tomada até o momento e que quaisquer novidades serão comunicadas à imprensa.
O América encerrou o período 'pré-Copa' do Campeonato Brasileiro na 13ª posição, com 14 pontos (quatro vitórias, dois empates e seis derrotas). Já o Bahia abre a zona de rebaixamento: está em 17º, com 12. Os dois times se enfrentarão na 18ª rodada, em 11 de agosto (sábado), às 19h, na Arena Fonte Nova.
Despedida
Pela manhã, Enderson Moreira escreveu uma carta de despedida do América e agradeceu às pessoas com quem trabalhou durante quase dois anos consecutivos.
"Se consegui desenvolver no América um dos melhores projetos de futebol de toda a minha carreira, foi graças à união e à determinação de todos os envolvidos em tornar realidade algo que começou há quase dois anos.
Em vez de uma despedida triste, como geralmente acontece, saio do Coelho cheio de gratidão a todas as pessoas que integram essa família com muito orgulho de tudo que conquistamos juntos, em equipe! Tenho a certeza de que fiz o meu melhor e de que deixo, hoje, um importante legado para os próximos profissionais que venham a receber a honra de trabalhar nesta grande instituição.
Deixo meus mais sinceros agradecimentos aos profissionais do América, com quem dividi meu dia a dia, nos últimos anos. À diretoria, que confiou no projeto, à torcida, que a cada dia mais faz a diferença nas partidas, e, especialmente, aos jogadores, que doaram, a cada jogo, 100% de sua energia e disposição. Sem vocês, nada disso seria possível. Fica a minha torcida para que seja apenas o começo de um belo futuro e que o América Futebol Clube possa continuar mostrando a todos que é capaz de superar qualquer adversário, pois sua camisa, tradição e torcida são de excepcionalidade ímpar".
O treinador comandou o Coelho em 111 jogos (contando a primeira passagem como interino, em 2009), com 43 vitórias, 32 empates e 36 derrotas. Ele se estabeleceu na quinta posição entre os profissionais que mais ficaram à frente da equipe. Os quatro primeiros são Yustrich (272), Givanildo Oliveira (235), Jair Bala (232) e Flávio Lopes (151).