Estádio, por ora, é um mero sonho

O sonho do Atlético em construir um estádio continua vivo, mas a proposta que prevê uma arena multiuso no Bairro Califórnia, Região Noroeste de Belo Horizonte, não tem a chancela do clube. Pelo menos é o que garante o vice-presidente atleticano, Daniel Nepomuceno. “Conheço o projeto, mas não tem nada do Atlético. O Atlético não está tocando”, declarou o dirigente ao Estado de Minas. Um dos parceiros tradicionais alvinegros em cotas de patrocínio de uniforme, a construtora MRV, apontada como possível aliada nos investimentos, afirmou que o terreno, uma área de 110 mil metros quadrados, será destinado à construção de casas.

Nepomuceno revela a existência deste e de outros estudos, mas sem análise de viabilidade e, o principal, sem definição de quem arcaria com custos: “Enquanto não tiver quem pague, não pode ser tratado oficialmente. E o fato é que não chegou nenhuma proposta financeira para a gente”, aponta. Ele reconhece, porém, que a dobradinha feita com a BWA no Independência, em março de 2012, foi menos lucrativa do que o esperado, enquanto um acordo com a Minas Arena estaria longe das condições que o Galo consideraria favoráveis. “O Mineirão daria prejuízo, como o Horto dá prejuízo”, avalia.

Cotado como um dos prováveis candidatos à presidência com o término do mandato de Alexandre Kalil, no fim do ano, ele atribui a revelação sobre o futuro estádio como “uma coisa que atenderia a determinados interesses” – que ele não nominou. “Atrapalha, cria expectativa e as críticas de que a diretoria estaria colocando isso para desfocar uma situação”, disse, já que o time não vence há seis partidas.

Embora a construção seja sonho antigo de Kalil – que cogitou, mas não levou adiante a ampliação do Independência para 35 mil lugares –, uma fonte ligada ao alto escalão atleticano revelou que não há consenso entre os conselheiros a respeito da ideia, que precisaria ser aprovada pelo Conselho Deliberativo.

MULTIUSO Da proposta mais recente, citada por Nepomuceno como oficiosa, participaria ainda o Banco BMG. O projeto ficaria a cargo do escritório Farkasvölgyi Arquitetura, de Belo Horizonte. O EM apurou que a associação de moradores do Bairro Califórnia não foi comunicada quanto aos planos. A arena multiuso teria capacidade para 48 mil pessoas, estacionamento coberto para 4,5 mil carros, espaço para a realização de feiras e eventos e só sairia do papel em 2015, com conclusão prevista para 2017.