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Larghi mantém Atlético no topo da tabela e quebra escrita de duas temporadas

Da desconfiança à afirmação: técnico teve de lidar com fase irregular, saída de vários jogadores e erros sucessivos da defesa para deixar Galo no páreo

postado em 21/08/2018 10:13 / atualizado em 21/08/2018 10:40

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Altos e baixos da equipe, remontagem do grupo e o sistema defensivo posto em xeque. Em apenas 19 rodadas do Campeonato Brasileiro, os problemas de Thiago Larghi no comando do Atlético quase o complicaram em sua curta história como treinador alvinegro. Mas depois do fim do primeiro turno da competição, o fluminense de Paraíba do Sul, de 37 anos, cumpre o ciclo inicial no Galo em alta com a torcida e a diretoria: o trabalho de reconstrução do comandante foi determinante para manter a equipe na quinta posição. Mesmo sob a desconfiança de muitos atleticanos, ele conseguiu um feito que não ocorria desde 2015, ao começar e terminar um turno da Série A.

O último que havia dirigido a equipe nas 19 rodadas iniciais foi Levir Culpi, na temporada em que o Atlético foi vice-campeão nacional, sendo superado pelo Corinthians. Nos últimos 10 anos, outros que conseguiram a façanha (uns bens, outros, nem tanto) foram Celso Roth (2009), Vanderlei Luxemburgo (2010) e Cuca (2012 e 2013). Campeão da Libertadores com o Galo, este último obteve o melhor aproveitamento no comando do time na primeira metade do torneio, chegando a 75,4% dos pontos há seis anos.

Larghi assumiu o Galo em fevereiro, depois da demissão de Oswaldo de Oliveira, e aos poucos tentou implantar seu estilo: uma equipe que mantém a posse de bola e ataca verticalmente pelas pontas. Após a perda do título mineiro para Cruzeiro e a eliminação precoce na Copa do Brasil para a Chapecoense, a pressão sobre o treinador aumentou.

Desde então, o bom desempenho no Brasileiro virou questão de obrigação, o que se acentuaria com a queda também na Sul-Americana. E o alvinegro tem sobrevivido próximo ao topo da tabela desde o início. Larghi levou o Atlético à liderança na sexta rodada e terminou a fase pré-Copa do Mundo com a equipe em segundo lugar, atrás do Flamengo. Na volta da competição, o treinador, que já não contava mais com Otero, demorou para reencaixar o grupo com as perdas de Bremer e Róger Guedes (negociados com o futebol do exterior) e Gustavo Blanco (que se machucou e só volta em 2019). Além disso, viveu período ruim com queda de produção do sistema defensivo – foram 26 gols sofridos no turno –, falha que vem sendo minimizada: sofreu apenas um gol nos últimos dois compromissos (3 a 1 sobre o Santos e 3 a 0 diante do Botafogo).

O treinador valoriza a campanha atleticana e projeta crescimento na segunda metade da Série A: “Foi um trabalho difícil, com muito empenho de todos: diretoria, comissão técnica e jogadores. No início, tivemos uma formação de um time e terminamos em segundo lugar. Depois da Copa, foi preciso redesenhar o esquema tático e isso leva algum tempo para se consolidar. Terminamos o primeiro turno em quinto, uma colocação digna. E precisamos continuar com trabalho forte, conscientes do que fazer. O pé tem que estar no chão sempre. Temos de pontuar jogo a jogo para colocar o time no alto da tabela”.

Para os atletas, o treinador tem grande mérito no desempenho no Brasileiro. “O mais importante é a confiança que ele dá a cada jogador. Thiago dá muita confiança e tranquilidade. Isso é importante para que as coisas fluam bem”, ressalta o colombiano Chará. “É fácil perceber como ele conseguiu remontar um novo time, apesar das perdas que tivemos. O trabalho dele vai ser fundamental, assim como o de outros da comissão técnica, como o Éder, um cara que já passou por muitas situações dessas. Os detalhes que o Larghi nos passa ajudam o grupo a crescer e a chegar aos objetivos”, argumenta o zagueiro Maidana, que ganhou a posição de titular de Gabriel.

CASA CHEIA
Como reflexo do bom momento, o Galo começa o segundo turno diante do Vasco, quinta-feira, às 20h, no Independência, com promessa de casa cheia. Até ontem, mais de 17 mil ingressos haviam sido vendidos. Nas partidas contra Internacional e Santos o estádio do Horto recebeu seus melhores públicos da equipe no ano – superiores a 22 mil presentes.

EM/D.A Press

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