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Sette Câmara comenta crise no Atlético, diz ter recebido ameaças e garante que vai cumprir mandato no clube: 'Ninguém me tira'

Presidente afirma não temer pressão sofrida por causa de maus resultados

postado em 28/02/2020 18:00 / atualizado em 28/02/2020 18:18

(Foto: Pedro Souza/Atlético)
Em menos de dois meses, o Atlético foi dos planos de conquistar um título importante em 2020 à frustração pelas eliminações para Unión-ARG, na primeira fase da Copa Sul-Americana, e Afogados-PE, na segunda fase da Copa do Brasil. Por causa dos maus resultados, o presidente Sérgio Sette Câmara tomou decisões drásticas referentes ao departamento de futebol. Ele demitiu o técnico Rafael Dudamel e seus auxiliares, além do diretor de futebol Rui Costa e o gerente de futebol Marques. Os fracassos acumulados na gestão do clube têm gerado pressão forte em cima do mandatário, que, ao avaliar o momento de crise, revelou ter recebido ameaças de morte.

“O que acontece hoje é surreal. Não tenho palavras para dizer o que você encontra hoje não só nas redes sociais, mas também na imprensa, falando coisas que passam um pouco do limite do respeito. Aqui não tem um bandido. A sensação que dá é que eu cometi um crime hediondo e estou condenado a prisão perpétua. Tudo bem que a torcida esteja com raiva e tal, mas ameaça de morte, ameaça a pessoas da família... Não tenho medo disso não. Isso aí pode vir, eu encaro mesmo. Isso é coisa de bandido. Nunca deixei de enfrentar de frente minhas dificuldades e meus problemas pessoais, ainda mais aqui à frente do clube”, disse o dirigente, em entrevista nesta sexta-feira, na Cidade do Galo.

Sette Câmara lamentou tanto as críticas dos torcedores quanto os questionamentos da imprensa a respeito de sua gestão. Segundo ele, qualquer “pessoa de bem” que presidir o Atlético passará pela mesma situação, sobretudo se o time não ganhar troféus. Apesar dos vexames na Sul-Americana e na Copa do Brasil, o presidente se mostrou confiante na recuperação em 2020. Resta ao Galo o Mineiro, do qual não é campeão desde 2017, e o Brasileiro, cuja estreia será diante do atual vencedor e novamente favorito ao título Flamengo.

“Fico pensando é como alguém, ao ver uma pessoa de bem como eu, à frente do Clube Atlético Mineiro, passar por esse tipo de massacre que a gente passa não só pela imprensa, mas também nas redes sociais, como alguém de bem pode imaginar em assumir o clube e achar que não vai acontecer o mesmo com ele. É desanimador. Mas o que eu posso dizer é que enquanto eu estiver aqui no Atlético, com todos os problemas que estamos enfrentando, vou buscar entregar o clube da melhor forma possível, dentro daquilo que planejamos, ainda que no meio do caminho tenha obstáculos e dificuldades como essa que estamos enfrentando agora. Eu acredito que nós podemos ainda ter um ano muito bom”.

A respeito da enxurrada de protestos de atleticanos que pedem a sua saída, Sérgio Sette Câmara garantiu que não levará isso em consideração, já que pretende cumprir o mandato até dezembro e, conforme apurado pela reportagem do Superesportes, tentar a reeleição - o presidente não confirmou isso publicamente.

“Quando acontece uma tragédia como essa que aconteceu, o para-raio de tudo é o presidente. ‘Não presta’, ‘vamos pedir a renúncia dele’ e tal. A primeira coisa que quero dizer a todos os que estão me atacando: vou permanecer aqui, cumprir o meu mandato, queiram ou não. Ninguém me tira. Fui eleito legitimamente pelo conselho. Não tem um ‘a’ a respeito da minha postura enquanto gestor. Sou uma pessoa honesta, tenho um excelente vice-presidente que também trabalha muito pelo clube”.

Em dois anos com Sette Câmara na presidência, o Atlético não conquistou título. No Mineiro, foi duas vezes vice-campeão diante do rival Cruzeiro. Na Copa do Brasil, caiu nas oitavas de final de 2018 (Chapecoense), nas quartas em 2019 (Cruzeiro) e na segunda fase em 2020 (Afogados-PE). No Brasileiro, terminou a edição de 2018 em sexto, com 59 pontos, e 13º, com 48.

Nas competições internacionais, o Galo caiu na primeira fase da Copa Sul-Americana em 2018 (San Lorenzo-ARG), na semifinal em 2019 (Colón-ARG) e na primeira fase de 2020 (Unión-ARG). Já na Copa Libertadores, não conseguiu avançar no Grupo E em 2019 - Cerro Porteño-PAR e Nacional-URU se classificaram às oitavas de final.

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