Santa Cruz

SANTA CRUZ

Atraso dos salários é apontado como principal motivo para péssimo ano do Santa Cruz

Elenco faz balanço de ano tumultuado que terminou com rebaixamento

postado em 17/11/2017 08:27 / atualizado em 17/11/2017 09:30

Ricardo Fernandes/DP
Em 2017, muitas coisas deram erradas no Arruda. Contratações, escolhas para o comando técnico e vários erros administrativos minaram o ano do Tricolor. Porém, o principal problema foi o atraso salarial. O clube passou praticamente a Série B inteira devendo o elenco três meses, culminando com o rebaixamento.
 
Sem minimizar ou transferir a responsabilidade do que aconteceu dentro de campo, o goleiro Julio Cesar afirmou que os vencimentos atrasados eram o grande obstáculo a ser superado na rotina coral.

“Eu não tiro a minha responsabilidade. Os jogadores têm responsabilidade, a comissão técnica tem responsabilidade e a diretoria tem responsabilidade. Acho que foi uma série de fatores. O salário foi o que mais atrapalhou porque você deixa de falar de futebol e tem que falar de salários. Um jogador reclama, um funcionário reclama e isso acaba atrapalhando. Mas todo mundo tem culpa no que aconteceu e cada um tem que assumir a sua responsabilidade”, declarou.

Os comentários do camisa 1 apenas completam o que o técnico Marcelo Martelotte falou em entrevista coletiva após sua demissão. Na visão do treinador, faltou o clube conseguir mudar esse fator. Principalmente, após ele ter conseguido acalmar os ânimos.

“A questão dos salário é real.Todo mundo sabe. A gente passou pequenas dificuldades no dia a dia, mas o que acho que agravou foi essa questão de salários atrasados. Toda vez que a gente vê a diretoria tentar argumentar, a gente vê jogadores que não recebem há três meses. A comissão técnica não recebe há cinco. Tem mais sete meses que ficaram do ano passado. Se você somar tudo, tem problemas seríssimos que acumularam e acabaram chegando nessa situação no final de temporada que a gente vê como insustentável”, disparou.

As ameaças de greve 

O problema teve seu clímax na última terça-feira, quando, após notificação ao clube e ameaça de greve, uma reunião antes do duelo do Paraná foi realizada para definir se o elenco entraria ou não para jogar no Arruda. Após a decisão de disputar a partida, declarações acabaram esquentando o ambiente.
 
O atacante Ricardo Bueno reclamou na saída de campo da direção e ainda teve uma discussão acalorada nos vestiários com um dos dirigentes de futebol. A saída do jogador do clube chegou teria sido cogitada, mas, após os ânimos se apaziguarem, foi resolvido que ele seguiria. 
 
“Eu, Grafite, Buenos éramos porta-vozes. A gente sempre conversa e grupo e tudo é decidido em conjunto. O Bueno é um cara que estava sempre à frente e ele desabafou. Eu respeito a opinião dele e concordo com muitas coisas também. Mas o momento é muito delicado e qualquer coisa que é falada fica muito grande. Acaba tudo virando fogo”, lembrou Julio Cesar.

A expectativa agora é que a palavra da direção seja cumprida. Existe a promessa de um novo pagamento nesta sexta-feira para os funcionários e, na próxima semana, para os atletas.