Sport

SPORT

Arnaldo Barros questiona validade de relatórios sobre crescimento da dívida do Sport

Ex-presidente afirma que documento apresentado no Conselho Deliberativo tem objetivos políticos e comentou crise que ocorreu em sua gestão

postado em 21/02/2019 12:43 / atualizado em 21/02/2019 12:54

<i>(Foto: Bruna Costa/Esp.DP Foto)</i>
Dois dias após a divulgação no Conselho Deliberativo do Sport de um relatório acerca da investigação das transações feitas nas últimas gestões no clube, chegou a vez de um dos ex-mandatários do Leão contestar a validade dos dados apresentados aos conselheiros rubro-negros. Em entrevista a Rádio Jornal, na manhã desta quinta-feira, o ex-presidente leonino, Arnaldo Barros, colocou que acredita que o relatório apresentado pela gestão Milton Bivar tenha fins políticos. 

“Esse documento que foi apresentado no Conselho não é o resultado de uma auditoria. É um documento político, um levantamento com cunho político e com objetivos políticos e estratégicos. Os números reais foram apresentados em março do ano passado no orçamento e que esperamos que sejam confirmados no próximo mês de março, como determina a legislação. Essa auditoria externa precisa ser externa e independente, além disso, precisa ter reconhecida credibilidade. Não pode ser um levantamento político que vai apontar para a reputação das pessoas”, contou Arnaldo.

Presidente do Sport durante o biênio 2017-2018, Arnaldo Barros teve sua gestão apontada como responsável pelo crescimento exponencial do endividamento do Leão. Ao final de seu mandato, o clube se encontrava com quatro meses de salários, o que motivou a saída de diversos jogadores. O gestor coloca que a eliminação precoce na Copa do Brasil 2018 teve papel definitivo para os problemas econômicos do clube. 

“Nós tivemos uma incomum frustração de receitas, que começou com a eliminação precoce na Copa do Brasil. Tínhamos um planejamento e a partir dali não tivemos mais aquela receita. Não tivemos praticamente nenhuma receita de jogo. Nós jogávamos e pagávamos, devido a quase não termos público, mesmo tentando fazer promoções para aproximar a torcida. E então, entramos em uma roda viva de fluxo de caixa que não compatibiliza e que uma hora o dinheiro acaba faltando. Essa foi uma crise que atingiu todos os clubes, e chegou a nós quando estávamos na fase de deslanchar o crescimento”, contou. 

Momento político

Ao longo da entrevista, Arnaldo adotou um tom conciliador quando perguntado sobre afirmações de membros da atual gestão. Foi o caso de uma questão acerca de uma frase atribuída ao atual presidente Milton Bivar, que teria afirmado que se dependesse dele, os ex-mandatários Gustavo Dubeux, João Humberto Martorelli e o próprio Arnaldo Barros, não voltariam à Ilha do Retiro. 

“Escutei que se dependesse dele, faria o possível para que não voltássemos a comandar o Sport. Eu entendo que a declaração foi infeliz e inoportuna. Sendo utilizada em um momento de euforia e desabafo. Foi infeliz, pois o Sort não tem dono. Os donos do clube são os sócios e na minha posse, muitos registraram que não queria a volta de antigas lideranças. Falaram até de maneira desrespeitosa dessas pessoas. Eu nunca concordei com isso. Sempre falei da importância de todos na construção da história do Sport. Erros e acertos todos cometeram, mas ainda assim merecem respeito”, contou. 

O ex-presidente apontou que via uma contradição na formação da atual diretoria do Sport, uma vez que, segundo Arnaldo, o presidente Milton Bivar prometeu em sua campanha uma renovação completa, mas que tem antigos diretores em sua cúpula de futebol. 

“Foi afirmado na eleição de Milton (Bivar) que haveria uma renovação completa, o que não está acontecendo, já que algumas daquelas lideranças que haviam sido rechaçadas voltaram e estão no comando de áreas estratégicas do clube, como o futebol. Não farei nenhuma crítica a essa escolha. Reitero que são grandes rubro-negros e que possuem serviços prestados ao clube, mas a situação ilustra que cabe aos sócios e, somente a eles, decidir quem deve comandar o clube. Independentemente de política, todos merecem respeito. Quem não respeita o passado, não será respeitado no futuro”, finalizou.