CBF

Oito títulos do futebol pernambucano ainda não têm chancela da CBF. O que pode ser feito?

Náutico, Santa Cruz, Sport e Central ainda não solicitaram reconhecimento

postado em 22/09/2014 08:59 / atualizado em 22/09/2014 09:56

Cassio Zirpoli /Diario de Pernambuco

Marcelo Soares/Esp. DP/D.A Press
Os clubes pernambucanos conquistaram oito títulos de caráter regional, interregional ou nacional sem a chancela oficial da CBF. Glórias numa era quase em preto e branco, mas de importância histórica em cada clube. São cinco do Náutico, um do Sport, um do Santa Cruz e um do Central. Foram torneios de repercussão, realizados em épocas sem tanta organização da CBF ou de sua precursora, a Confederação Brasileira de Desportos, a CBD. No entanto, os clubes consideram as conquistas em suas listas de títulos – o Central, por exemplo, pintou o título da Série B de 1986 na marquise do Lacerdão. Todos os títulos esperam resposta quanto à oficialização. E não há sinalização porque nunca houve um pedido. Pois é.

VEJA MAIS SOBRE A OFICIALIZAÇÃO DOS TÍTULOS NO BLOG DE ESPORTES

Durante o evento de lançamento do Nordestão de 2015, no Recife, o Superesportes entrevistou Virgílio Elísio, o diretor de competições da CBF. Questionado se havia a chance de chancelar os títulos antigos – como a supracitada Segundona de 1986 ou o tri do Norte do Náutico -, Virgílio abriu o caminho. “Lembro dessa história de 1986. Eu recomendo que eles (os clubes) preparem um processo bem instruído, com conteúdo e encaminhem. Eu por exemplo, como diretor de competições, me encarregaria de levar isso a um grupo técnico, onde nós tomaríamos a decisão se é ou válido esse reconhecimento”, disse.

Pesquisa
Foi o que fez Odir Cunha, historiador e autor do estudo sobre os campeões da Taça Brasil (1959-1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970), que em 2010 foram unificados pela CBF ao Brasileirão. A pesquisa foi elaborada a pedido dos clubes campeões daqueles torneios, Bahia, Santos, Palmeiras, Botafogo, Santos, Cruzeiro e Fluminense. Central e Treze-PB, que seriam campeões em conjunto da “Série B” de 1986, dizem ter enviado atas à CBF. Virgílio nega ter recebido os documentos.


A premissa do torneio era uma ampliação da competição realizada na capital pernambucana em 1948. Quatro anos depois, o Norte foi incorporado. Campeão estadual em 1951, o Timbu entrou na semifinal do torneio, novamente realizado apenas no Recife.A situação se mantém em relação aos torneios nordestinos anteriores a 1994. “Até aqui, ninguém manifestou.” De fato, não há qualquer movimentação por parte dos pernambucanos. Por fim, se mostrou aberto a um novo processo de oficialização na entidade. “Estou dizendo que todos podem preparar o processo sobre os antigos campeões do Nordeste, mas não estou dizendo que todos os processos terão êxito. Esse reconhecimento é fruto de uma análise. Se vai reconhecer eu não sei."

O Superesportes levantou os torneios vencidos pelos times do estado ainda sem a chancela. O caminho está traçado. Agora, basta cada um fazer a sua parte e documentar o passado de glórias.


Série B – Torneio Paralelo do Campeonato Brasileiro
De 1980 a 1985, a segunda divisão nacional foi chamada de Taça de Prata. Em 1986, foi rebatizada como “Torneio Paralelo”, paralelo ao Brasileirão de fato. Eram quatro grupos, vencidos por Central, Treze, Criciúma e Internacional de Limeira. Não houve um cruzamento entre os melhores e o quarteto subiu para a elite do mesmo ano – fato ocorrido nos anos anteriores.

1986 – Central, Treze, Cricíuma e Inter de Limeira (36 participantes)

Torneio Hexagonal N/NE
Apesar das duas regiões envolvidas, foram incluídos apenas três estados, com dois pernambucanos, dois cearenses e dois paraenses em jogos de ida e volta.

1967 - Santa Cruz (6 participantes)

Campeões do Norte
Apesar do nome, a copa reuniu os vencedores da fase Norte-Nordeste da Taça Brasil. Até 1966, apenas clubes nordestinos haviam vencido. Todos os times se enfrentaram em jogos de ida e volta na Fonte Nova, PV, Aflitos e Ilha.

1966 - Náutico (5 participantes)

Copa Norte/Taça Brasil
Agora unificada ao Brasileirão, a pioneira Taça Brasil surgiu em 1959 como a competição que indicaria o representante do país à Libertadores de 1960. Com a precária estrutura de deslocamento de um país continental, o torneio foi regionalizado. Na fase Norte, que compreendia o Norte-Nordeste, o campeão tinha direito a vaga na semi ou na final nacional - sem definição prévia. Os vencedores do zonal celebravam as conquistas regionais, ainda que não fossem um torneio à parte.

1962 - Sport (11 participantes)
1965 - Náutico (11)
1966 - Náutico (11)
1967 - Náutico (10)

Torneio dos Campeões N/NE

A premissa do torneio era uma ampliação da competição realizada na capital pernambucana em 1948. Quatro anos depois, o Norte foi incorporado. Campeão estadual em 1951, o Timbu entrou na semifinal do torneio, novamente realizado apenas no Recife.

1952 - Náutico (8 participantes)