Náutico

Ano de tristezas

Retrospectiva: os personagens que fizeram parte da trajetória do Náutico em 2013

A saudade que ficará dasta temporada, certamente, será uma só: dos Aflitos que se foi

postado em 29/12/2013 10:53 / atualizado em 29/12/2013 11:03

Marcel Tito /Diario de Pernambuco

Paulo Paiva/DP/DA Press
Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro são destinos obrigatórios em qualquer retrospectiva esportiva de Pernambuco. Pelo menos até 2013. A partir do próximo ano, o estádio dos Aflitos sai definitivamente da lista. Entra, em seu lugar, a Arena Pernambuco. Substituição que aconteceu nesta temporada e lançou o Náutico na Era da modernidade estrutural, das Arenas. Já no campo... O ano foi cruel para os alvirrubros, ao contrário dos rubro-negros e tricolores. A série Histórias que passaram por aqui relembra a temporada dos três clubes. Resgate contado a partir de Pedro Tibúrcio, Marcelo “Doido” Farias e Pedro Gama.

A saudade eterna
O adeus do Náutico a 2013 será mais um na temporada. Houve a despedida do técnico Alexandre Gallo, do Estadual, da Sul-Americana, da Série A… De mais cinco treinadores e uma série de jogadores - dispensas que continuam acontecendo. De todas as despedidas, a mais triste, sem dúvidas, foi a dos Aflitos. O caldeirão, onde o Náutico foi praticamente imbatível no Brasileiro do ano passado, sentiu o sangue alvirrubro vibrar em suas veias pela última vez em 2 de junho. Portões fechados por Pedro Tibúrcio.

Pedro não é dirigente nem teve qualquer influência direta na mudança do time para a Arena Pernambuco. Pedro é o administrador dos Aflitos, onde chegou em 1972. Entre as atribuições que tinha, estavam cuidar da grama, da limpeza, administrar os demais funcionários e fechar o estádio. Como fez naquela noite de junho. Um fim silencioso, de saudades. “Quero sair dos Aflitos como entrei: no anonimato.” Esta foi a única declaração de Pedro na reportagem sobre o jogo de despedida dos Aflitos.

O adeus a Gallo
“O tão falado planejamento do Náutico para a temporada 2013 ficou para segundo plano.” O início da matéria do Superesportes de 30 de janeiro anunciando a saída de Alexandre Gallo pressentia o duro golpe que o Náutico sofreria ao perder o treinador, que saiu para comandar as divisões de base da Seleção Brasileira. Adeus oficializado em 29 de janeiro. Para o seu lugar, foi contratado Vágner Mancini.

O adeus ao PE2013
Vágner Mancini não durou o Pernambucano inteiro. Foi demitido depois da derrota do Náutico para o Ypiranga, por 2 a 0, nos Aflitos, no dia em que o Náutico completava 112 anos - 7 de abril. Durou 66 dias no cargo. O Náutico também não durou muito mais tempo no PE2013. Com Silas no comando, foi eliminado na semifinal, em 28 de abril. Venceu o Santa Cruz nos Aflitos, por 2 a 1, mas o resultado não foi suficiente para chegar à final - foi desclassificado no critério gol marcado fora de casa.

O adeus à Copa do Brasil
O Náutico já havia demonstrado, nas entrelinhas, a sua intenção de abrir mão da Copa do Brasil e disputar a Sul-Americana. Escancarou na estreia da competição nacional. Perdeu para o Crac-GO por 3 a 1 no jogo de ida. Na volta, nos Aflitos, em 18 de abril, empate por 1 a 1.

O adeus à Sul-Americana
O destino foi cruel com o Náutico. A festa pelo retorno a uma competição internacional 45 anos depois da participação da Libertadores em 1968 transformou-se em apreensão ao conhecer o rival na primeira fase: o Sport. O time tentou minimizar a importância da competição, já temendo uma eliminação, como de fato aconteceu. Nos pênaltis, na Arena Pernambuco, o time deu adeus à Sul-Americana sem sequer viajar para fora de Pernambuco.

O adeus à Série A
O Náutico relutou em dar adeus à Série A. Foi assim até a 32ª rodada, quando a matemática tornou a permanência impossível. Queda confirmada, ironicamente, em 2 de novembro, Dia de Finados, na derrota para o Atlético-MG por 5 a 0. Nos seis jogos restantes, coube ao Timbu a missão de evitar entrar para a história como a pior campanha da Série A. Objetivo alcançado somente na última rodada. Para arranhar ainda mais a imagem do clube, nas últimas semanas da Série A o time ainda conviveu com um levante dos atletas, que ameaçaram fazer greve por conta dos salários atrasados.

O adeus a Paulo Wanderley
O ano marcado por fracassos terminou numa mudança no comando do clube. O Movimento Transparência Alvirrubra (MTA), única chapa de oposição puro-sangue, venceu a eleição alvirrubra de forma avassaladora. O novo presidente Glauber Vasconcelos assume o Náutico em 2 de janeiro com a missão de fazer com que a retrospectiva do próximo ano seja norteada pelas conquistas.