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Formado nas categorias de base, meia Luiz Henrique deixa carta ao Náutico

Atleta diz "estar torcendo pelos companheiros e por essa camisa"

postado em 13/07/2019 18:10 / atualizado em 14/07/2019 14:53

<i>(Foto: Léo Lemos/Comunicação CNC)</i>
Após ser anunciado oficialmente pelo Moreirense, de Portugal, o Meia Luiz Henrique se despede do Náutico com carta que resgata trechos da sua história, quando ser jogador de futebol ainda era um sonho.

Luiz Henrique entrou em campo, ao todo, 65 vezes com a camisa do Náutico, e marcou presença em 37 jogos na temporada alvirrubra, com seis gols. O atleta agora abraça as cores do Moreirense, que tem 80% (R$1.053.800,00) dos direitos econômicos do jogador, restando 20% ao Náutico.

Confira a carta assinada pelo atleta na íntegra:

"Meu primeiro contato com a camisa do Náutico foi no dia 16 de maio de 2016. Lembro como se fosse hoje. Uma semana depois, assinei meu primeiro contrato como profissional. Era a motivação que precisava para continuar jogando. Seguir mesmo, porque quase desisti do futebol.

Passei por várias dificuldades na infância. Comecei a jogar futebol em Maceió, na escolinha do bairro de São Jorge. Era terrão. Professor Batalha me ajudou bastante. Me levava para fazer testes nos clubes de Maceió. Fui três vezes no Corinthians Alagoano. Nas duas primeiras, não passei. Fui aprovado só na terceira. Minha mãe fazia de tudo. Tirava do sustento da casa pra me dar chuteira. Ela nunca desistiu de mim.

O momento mais difícil foi com 19 anos. Não estava dando certo e resolvi arrumar um emprego num supermercado de Maceió. Estava pronto para desistir quando apareceu o Náutico. Pedi demissão e fui correndo pra Recife.

Cheguei aí com o sonho de ser jogador. Mas se eu falar que esperava subir tão rápido no Náutico, estaria mentindo. Queria só jogar bola e buscar meu espaço. Mas tudo aconteceu muito rápido. No meu primeiro ano como profissional, consegui ser um dos destaques. Só tenho que agradecer a Deus e minha família, além dos meus companheiros. Sempre me ajudaram. O professor Márcio também, que me deu a primeira chance.

Foi um orgulho enorme defender as cores do clube. É difícil deixar a cidade que morei quatro anos e fiz grandes amigos. Mas é pra conquistar mais um sonho. Agora foi minha primeira viagem internacional. Vim sozinho e com medo, mas deu tudo certo. Jogava no terrão em São Jorge e agora estou na Europa para jogar em uma liga importante. Não é fácil ficar longe da família. Mas quem não quer jogar na Europa? Vou sentir saudades. Se Deus permitir, um dia voltarei ao Náutico. 

Por fim, só tenho que agradecer a torcida por tudo. No ano passado, me abraçaram e deram forças para jogar na equipe. Esse ano pegaram muito no meu pé (risos). E entendo. Não comecei o ano bem. Que Deus abençoe o Clube Náutico Capibaribe. Que possam conseguir o acesso. Vou estar torcendo pelos meus companheiros e por essa camisa."