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Lado técnico e financeiro: vice explica nova política de contratos no Náutico

Até agora, quatro atletas do Timbu assinaram um vínculo maior, por dois anos, algo pouco visto recentemente; ideia é passar a projetar a longo prazo

postado em 22/11/2019 07:30 / atualizado em 22/11/2019 08:32

(Foto: Tarciso Augusto/ DP Foto)
Para a temporada de 2020, o Náutico tem mudado a sua forma de contrato com os atletas. Isso porque quatro jogadores já assinados com o clube - seja via renovação ou contratação - têm assinado um vínculo maior, por dois anos, algo pouco visto recentemente no clube. Homem forte do futebol alvirrubro, o vice-presidente Diógenes Braga explicou essa política de acordos no Timbu.

“Na verdade pode ser novo para o Náutico, que tem o costume de a cada ano montar um time. Do que a gente vê a nível de futebol mundial, os times de sucesso são (aqueles) que têm uma manutenção de espinha dorsal. Não só de time, mas de elenco”, pontua.

“É muito fácil renovar o contrato de Jean Carlos por dois anos por tudo que apresentou no Náutico e por estar muito bem ambientado. Mas quando se pega Salatiel com um contrato de dois anos, talvez soe um pouco estranho”.

O dirigente explica que a manutenção de uma base por mais tempo traz um maior ganho técnico. Isso porque, de acordo com ele, os jogadores já se conhecem e há um norte no planejamento.

“É quando você começa a enxergar futebol em um processo não só de curto prazo. Precisa-se enxergar no mínimo a médio prazo. Imaginar que, quando se termina o ano, tem-se uma espinha dorsal para o outro ano. Além de toda a questão técnica de ter um time que ‘vira’ de um ano para o outro já se conhecendo, com ambiente de trabalho e dentro de campo sem dificuldade de se entrosar”, seguiu.

Dos atletas remanescentes que conquistaram o acesso e título neste ano, sete já renovaram. Foram eles Diego Silva, Fernando Lombardi, Wilian Simões, Josa, Matheus Carvalho, Jean Carlos e Jhonnatan - tendo estes dois últimos estendido o vínculo até o fim de 2021.

“Na hora que eu tenho a manutenção do meu treinador e boa parte do meu time, eu tenho um processo de como já temos um norte. Não tem surpresas. O risco de dar errado é menor. No futebol, na minha visão, tem que trabalhar minimizando riscos”, diz. “E, a partir daí, consegue-se focar nas lacunas que se precisa corrigir”.

Financeiro
Para Diógenes, há também o fator econômico nessa estratégia - ainda que pese, no fim, a qualidade do atleta - em comparação à chegada de um reforço. Para esta temporada, até o momento, o Náutico tem dois atletas contratados. Tratam-se do atacante Salatiel Jr. e do lateral direito Bryan, que assinaram por dois anos.

“Se for para outros aspectos que normalmente não se cogita, passa a ter também inúmeras vantagens. O que o clube gasta, por exemplo, de taxas, passagens aéreas, hospedagens, quando se contrata todo mundo do começo do ano, até isso se dilui. A chegada do atleta é muito onerosa. Quando você tem um jogador que renova, se dá continuidade a um contrato que já iniciou", diz, ponderando.

"Claro que tudo isso é secundário ao critério técnico. Mas a continuidade facilita o departamento como um todo, de registro, do financeiro e facilita também o técnico”, concluiu.