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Endividado, time de futsal do Peixe encerra atividades

postado em 08/11/2013 11:14

Vítor de Moraes /Correio Braziliense

No fim de outubro, o Peixe disputou o último jogo. A derrota para o Cresspom, na rodada final da fase de classificação do Campeonato Brasiliense, decretou a extinção da equipe. A eliminação antes das semifinais, entretanto, não foi a motivação para o encerramento das atividades. As dívidas, principalmente, enterraram o projeto.

Representante brasiliense na Liga Futsal de 2011, o Peixe chegou à segunda fase da competição nacional, feito até então nunca alcançado por uma equipe do DF. Em dois anos, entretanto, o declínio se consumou. Os jogadores não recebiam salários, assim como a comissão técnica e outros funcionários. O grupo ingressou na Justiça Trabalhista para cobrar o presidente do Peixe, Fernando de Souza Mello. Sem os profissionais, a diretoria aproveitou os juvenis no time principal. Mas a situação era temerária. “Não havia mais condições de continuar, o Fernando gastou mais de R$ 1,5 milhão, teve de vender bens para quitar dívidas”, revela Luciano Mistura, último treinador do Peixe.

Enquanto isso, a Federação Brasiliense de Futebol de Salão (Febrasa) passou a exigir o pagamento da taxa de arbitragem até 2h antes dos jogos. Nas últimas três partidas, o Peixe não pagou e chegou a perder um dos compromissos por W.O.

Os atletas cobram as dívidas na Justiça, enquanto Mistura preferiu aguardar Mello. “Meu negócio com ele é outra coisa, não me preocupo com isso. A gente vai conversando, e ele me paga”, ameniza. A reportagem do Correio tentou entrar em contato com Fernando Mello diversas vezes, mas não teve sucesso. Fontes próximas ao clube dizem ser improvável localizar o dirigente pelo telefone. O gerente do Peixe, conhecido como Targino, conversa com Mello apenas por e-mail.

Problema antigo
Fernando Mello, quando era presidente da Federação de Basquete do DF, foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por irregularidades no uso de verbas repassadas pelo Ministério do Esporte. Ele foi obrigado a devolver R$ 1 milhão aos cofres públicos, além de pagar uma multa de R$ 100 mil. Em 2006/2007, Mello administrava 15 núcleos do programa Segundo Tempo.