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Apitar também é legal

Curso de arbitragem para jovens promove novas possibilidades de futuro para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social

postado em 16/07/2018 20:53 / atualizado em 16/07/2018 21:26

Camila de Magalhães/FAC/D.A Press
 

A paixão nacional mexe com o coração e a imaginação da garotada. Afinal, quem não sonhou em ser um jogador de futebol? O sonho de brilhar em campo e se tornar famoso é comum a muita gente. Mas um papel importante para a partida tomar o rumo certo é o da arbitragem, que costuma ficar esquecida. Para mostrar que essa pode ser uma boa possibilidade de futuro para jovens, a Fundação Assis Chateaubriand realiza mais uma edição do curso Jovem Árbitro, que já atendeu mais de 270 jovens nos Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal em 2016 e 2017. Desta vez, as aulas são voltadas para até 45 crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, nas regiões de Ceilândia, Estrutural e São Sebastião. A iniciativa conta com financiamento do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas (UNODC), por meio do Programa Global Declaração de Doha. E tem apoio da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer e da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do DF.

Para marcar o início do novo ciclo, foi realizada nesta segunda-feira uma aula inaugural com todos os alunos, que participaram de uma partida comemorativa e já aprenderam algumas regras do futebol 7, também conhecido como futebol society. Morador de Ceilândia, Iago Brenner Viana, 16 anos, conta que já pensou em ser jogador de linha e até goleiro, menos ser árbitro. “Está sendo uma coisa nova, diferente, resolvi experimentar e estou aqui. É uma inspiração ter como professor um árbitro profissional, que apita jogos do Brasileirão. Já vi na televisão e agora estou bem perto dele”, observou o garoto, referindo-se ao instrutor Daniel Andrade, árbitro assistente que compõe o quadro de elite da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O time do curso Jovem Árbitro também conta com várias meninas, como a moradora de São Sebastião Gabriela Marcelino, 16, que está empolgada com a novidade. “Jogo futebol e estou achando uma grande oportunidade para a gente aprender e crescer no esporte.” Para o morador da Estrutural Wesley dos Santos, 15, ser árbitro é uma possibilidade de viajar pelo mundo.

De 23 de julho a 13 de agosto, essa turma vai aprender as regras do fut7, visitar uma partida de campeonato, ter contato com profissionais de arbitragem e ser preparada para apitar jogos, entendendo as funções de árbitro principal, auxiliar cronometrista, anotador, entre outras. “O que nos motiva é oferecer a esses jovens a possibilidade de seguir carreira ou encontrar algo que gostam. O curso é só uma ferramenta para deixa-los mais confiantes e acreditando num futuro melhor. A ideia é inspirá-los para que depois sigam para um curso profissional de arbitragem. Sem contar que já podem ser detectados talentos pelos nossos instrutores”, destaca Mariana Borges, superintendente executiva da Fundação Assis Chateaubriand.

Para Francisco Cordeiro, do UNODC, a experiência é inovadora e proporciona uma vivência importante do ponto de vista pessoal e profissional, como a mediação de conflitos, por exemplo, bastante comum aos árbitros. Também participaram da abertura do curso os instrutores Tiago Miquéias e Heeyhashy Nascimento, além de Kesley Rafael, árbitro da Confederação de Futebol 7 no Brasil, Haland Guilarde, da Federação de Futebol do DF e representantes das secretarias de Esporte e da Criança. Saiba mais sobre o curso em www.facbrasil.org.br