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Paulo Wanderley ressalta transparência do COB após saída de Nuzman

O atual presidente completa um ano à frente do Comitê Olímpico Brasileiro após a saída de Nuzman, preso sob acusação de compra de votos

postado em 11/10/2018 14:25 / atualizado em 11/10/2018 15:08

COB/Divulgação
Paulo Wanderley Teixeira completa nesta quinta-feira (11/10) um ano à frente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). O dirigente assumiu o posto em momento conturbado, com a missão de substituir Carlos Arthur Nuzman, preso sob acusação de compra de votos para que a cidade do Rio de Janeiro fosse escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Doze meses após a pior crise enfrentada pela entidade, o novo presidente comemora a reorganização administrativa do organismo esportivo, com foco em transparência e austeridade.

"Demos uma boa enxugada na equipe, que passou de 260 para 200 funcionários. A folha de pagamento, que era bastante alta, sofreu economia de aproximadamente 30%. Os contratos foram reduzidos entre 10% e 50%, inclusive com cancelamentos. O Comitê é hoje uma entidade totalmente aberta à comunidade. Está tudo no portal: salários e contratos. Essa transparência consolida a imagem positiva do COB", explica Paulo Wanderley.

O cenário até pouco tempo atrás era bem diferente do descrito pelo dirigente. Há um ano, o COB chegou a ser suspenso do Comitê Olímpico Internacional (COI). A sanção vigorou por quatro meses, prazo em que a entidade esportiva brasileira deixou de receber recursos financeiros provenientes de patrocinadores do organismo global. No período, o COI manteve apenas aportes destinados ao apoio direto aos atletas.

Após a modificação do estatuto do COB, no entanto, e a implantação de novos parâmetros de gestão, a suspensão foi derrubada e a entidade nacional ficou novamente apta a receber os recursos do COI. Foram liberados US$ 2,1 milhões referentes ao saldo restante de 2017 e mais US$ 3 milhões são esperados até o fechamento deste ano, conforme previsto em contrato entre os organismos esportivos.

Elogios internacionais

"O COI elogiou as medidas adotadas pelo COB em prol de uma nova governança da entidade, como as mudanças no estatuto, que garantiram maior participação de atletas nas decisões e eleições do órgão, além de um sistema de gestão mais moderno e eficiente, com a criação do Conselho de Administração e do Conselho de Ética", ressalta Paulo Wanderley.

Atletas olímpicos percebem positivamente a alteração do cenário. O brasiliense Caio Bonfim, da marcha atlética, lembra que no passado os esportistas não obtinham o apoio financeiro necessário. "O suporte está aumentando. O COB está muito próximo das Confederações e isso é importante. A direção da entidade observa quem precisa de mais ajuda e também disponibiliza a sede do Comitê para que os atletas possam fazer acompanhamento médico, como a fisioterapia, por exemplo", comenta.