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Brasiliense disputa Mundial de Vela que reúne atletas com e sem deficiência

A competição integrada ocorre de 14 a 18 de outubro em Hiroshima, no Japão

postado em 12/10/2018 10:51 / atualizado em 16/10/2018 13:44

Júlio Pohl/Divulgação
O brasiliense Estevão Lopes será o representante do Brasil no Campeonato Mundial Aberto de Vela, em Hiroshima, no Japão. Ele foi indicado pela Confederação Brasileira de Vela Adaptada para representar o país. Esta é a segunda vez que ele participa do torneio. A primeira foi em 2016, na Holanda. O diferencial desse evento é o fato de não existir separação por níveis de deficiência. Os atletas participam de forma integrada quer tenham ou não algum tipo de deficiência física ou intelectual. As primeiras regatas começam no domingo (14/10) e seguem até 18 de outubro.

O campeonato é composto por 10 regatas e contará com representantes de 21 países. Serão 38 atletas na prova individual e 108 nas disputas de duplas, todos pela categoria Hansa 303. Estevão participará das duas provas e formará parceria com Eduardo de Paula. “Eduardo é o companheiro e ajudante, ocupando a função de proeiro e auxiliar nas regulagens da vela de proa. O interessante dessa competição é a busca por atender o princípio da universalidade, de um mundo de todos”, explica Mauro Osório, presidente da Federação Brasiliense de Vela Adaptada.

Estevão é atleta da equipe da Marinha do Brasil/BRB e representará o Clube Almirante Alexandrino. Para conseguir viajar, contou com a concessão de passagens do Programa Compete Brasília, da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do Distrito Federal. “Eu venho me preparando há muito tempo para essa competição e receber o convite da Confederação é gratificante. A preparação é diária e tenho a meta de ficar entre os 10 melhores do torneio, mesmo concorrendo com atletas sem deficiência”, conta.

Acostumado a treinar no Lago Paranoá, um dos desafios ao velejador será competir no mar. “No lago, o vento muda muito de direção. Então, costumam dizer que quem veleja em lagos está preparado para qualquer outro lugar. No mar, existem rajadas de vento mais fortes, além das ondas e marés: são os pontos que tentamos superar”, explica.

Estevão é um multiatleta. Além da vela, ele pratica remo e é piloto biônico de triciclo. Em 2012, perdeu os movimentos dos membros inferiores depois de ser atingido por uma bala perdida. Com uma lesão na vértebra T9, consegue pedalar com ajuda de um aparelho colocado no quadril, que envia estímulos e faz com que mova as pernas. Com isso, foi o primeiro esportista brasileiro a participar de uma Olimpíada Biônica, em 2016, na Suíça.

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fernando Brito