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Funcionário da Caesb representará Brasília no World Transplant Games

O tenista Haroldo Rodrigues, transplantado há 22 anos, vai em busca da sua quinta medalha

postado em 02/08/2019 13:33 / atualizado em 05/08/2019 16:19

<i>(Foto: Divulgação COB)</i>
Entre os dias 17 e 24 de agosto, a cidade de Newcastle, Reino Unido, receberá o World Transplant Games, competição para atletas transplantados. A primeira vez que os jogos aconteceram foi em 1978, e contou com apenas 99 competidores do Reino Unido, França, Alemanha, Grécia e EUA. Em 2019, 41 anos depois, o torneio mundial receberá 3 mil atletas de 70 países. Brasília será representada por Haroldo Rodrigues, 53 anos, atleta do tênis. Ele está indo para seu sexto mundial.

Haroldo é funcionário da Caesb e passou por um transplante de rim em 1997. Foram nove meses de várias sessões de hemodiálise, antes da cirurgia que devolveu a saúde a ele. O esporte sempre esteve presente na sua vida. Durante o tratamento, precisou se afastar. Na ocasião, ele jogava futebol. “Após o transplante, em minha primeira consulta, perguntei ao médico se poderia voltar a praticar esportes. A resposta soou como música. Não só poderia como deveria. Assim, procurei saber se havia uma competição para transplantados. Na internet, eu encontrei os World Transplant Games”, explica. 
 
“Após o transplante, em minha primeira consulta, perguntei ao médico se poderia voltar a praticar esportes. A resposta soou como música. Não só poderia como deveria"
Haroldo Rodrigues, atleta transplantado
 
Depois da decisão de tentar uma vaga no torneio, Haroldo precisou escolher uma modalidade para se dedicar. A opção pelo tênis veio inspirada no multicampeão Gustavo Kuerten. "Nunca joguei tênis antes do transplante. Na faculdade, jogava futebol e vôlei. Quando eu estava fazendo hemodiálise, o Guga venceu Roland Garros pela primeira vez. Ele foi minha inspiração para optar pelo tênis", detalha. Sua primeira participação em mundiais aconteceu ainda em 1999, em Budapeste, Hungria, e sua primeira medalha, um bronze, em 2001, em Gotemburgo, Suécia. 

Na Caesb, Haroldo é coordenador de Instrumentação da Automação Industrial. Ele entrou na empresa em 1989, mas teve de se aposentar devido ao problema renal. Em 2010, conseguiu voltar a trabalhar. Hoje, comemora cada dia de labuta e de saúde. A Caesb dá todo suporte para Haroldo na vitoriosa carreira de atleta transplantado. No total, ele soma três medalhas de bronze, e uma de prata jogando em duplas com o amigo Edson Arakaki, também transplantado de rim. 
 
<i>(Foto: Arquivo pessoal )</i>

Doação de órgãos 

Haroldo Rodrigues acredita que praticar um esporte de maneira competitiva, depois de passar por um transplante, pode servir de motivação para as pessoas que estão em filas de doações de órgãos. "Minha vontade é mostrar para as pessoas que estão em uma fila de transplante que, da mesma maneira que estive passando por dificuldades e venci, elas também podem. Quero que meu exemplo sirva de inspiração e motivação para todos", conta. 

O tenista também utiliza a participação no Mundial para promover a doação de órgãos. "A competição é secundária. Todo mundo que vai até lá já é vencedor. O grande objetivo é divulgar a importância da doação de órgãos. Todos os atletas têm uma história parecida com a minha. É sempre muito emocionante", diz Haroldo. Os jogos para transplantados foram criados para celebrar uma segunda chance na vida, mostrar a importância da atividade física na vida dos transplantados e conscientizar o mundo para a importância da doação de órgãos.
 
* Estagiária sob a supervisão de Leonardo Meireles 

Serviço


Site dos jogos: https://worldtransplantgames.org/

Informações para quem quiser ser doador de órgãos: 

Ministério da Saúde:  https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos