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Presidente do CPB dedica recorde no Parapan a André Brasil

O atleta está inelegível desde 2017, após reclassificação. A delegação brasileira terminou na liderança da tabela de medalhas, com 308 pódios e 124 ouros

postado em 01/09/2019 16:37 / atualizado em 02/09/2019 15:58

<i>(Foto: Daniel Zappe/EXEMPLUS/CPB)</i>

 
Lima — O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, dedicou a campanha histórica do país nos Jogos Parapan-Americanos de Lima-2019 ao atleta André Brasil. Dono de 14 medalhas paralímpicas, o nadador brasileiro se tornou inelegível para competir no paradesporto desde 2017, quando o comitê internacional mudou o processo de classificação. “Foi uma campanha memorável do Brasil. Ofereço o resultado ao André, porque ele deveria estar aqui com a gente. Deveria também conquistar as medalhas como sempre fez”, discursou Mizael. 

Durante toda a competição, Mizael distribuiu reclamações destinadas ao processo de reclassificação do Comitê Paralímpico Internacional (CPB), que é presidido por Andrew Parsons, ex-presidente do CPB quando Mizael era vice dele. “Por causa de um processo truculento, infelizmente, ele não pode estar aqui. Mas ele vai voltar, se depender da gente”, prometeu. 

Segundo Mizael, o CPB entrará com recurso sobre o caso do nadador que competia na classe S10. “Contratamos um advogado, porque o direito alemão guarda muitas diferenças. Ele está formulando um parecer e, nos próximos dias, vamos ter o caminho que vamos trilhar”. Apesar das polêmicas, os representantes da delegação brasileira manisfestaram satisfação com o desempenho no Parapan. 

Campanha histórica

O Brasil fechou o Parapan de Lima com 308 medalhas (124 ouros, 99 pratas e 85 bronzes). O desempenho marca a melhor campanha da história dos Jogos Parapan-Americanos, já que ultrapassou a quantidade de medalhas conquistadas pelo México quando o país sediou a primeira edição do evento, em 1999. Na ocasião, os mexicanos subiram 307 vezes no pódio, sendo que 121 no lugar mais alto. O Brasil quebrou a marca apenas 20 anos depois, com menos competições em disputa do que a pioneira. Em compensação, esta foi a maior delegação brasileira no evento, com 337 atletas.
 
* A repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro