JOÃOZINHO

Dono de restaurante na Bahia, Joãozinho revela bastidores azuis e clube do coração

Filho de um dos maiores ídolos do Cruzeiro, jogador surgiu no time celeste em 1998

postado em 29/10/2013 08:00 / atualizado em 19/01/2015 18:21

Paulo Filgueiras/Estado de Minas

Praia, futebol e cerveja. Esse é o cenário que o mineiro João Soares de Almeida Neto, conhecido como Joãozinho, filho do ex-ponta-esquerda que foi ídolo do Cruzeiro nas décadas de 1970 e 1980, escolheu para viver. O atacante revelado pelo time celeste em 1998 mora em Salvador e é dono de um restaurante na Praia do Flamengo. Entre as especialidades da casa, ele destaca o molho barbecue e a costela de porco.

Afastado do futebol desde abril, Joãozinho espera um convite para voltar a jogar. “Atuei pelo Ypiranga-BA e lesionei o ombro ao cair. Mas estou esperando propostas, e sei que posso contribuir com o futebol”, disse ao Superesportes.

Entre idas e vindas, Joãozinho estreou no Cruzeiro em 1998, e voltou a ter chances na equipe em 2002. O atacante relembra a primeira oportunidade nos profissionais.

“Saí da base do Cruzeiro e fiz minha primeira partida contra o Montes Claros. O Levir (Culpi) me convocou de última hora e tive chance de jogar. Também foi marcante a participação na Copa dos Campeões. Disputamos por dois anos e pude atuar bem com a camisa do Cruzeiro”, analisou.

Porém, quando a Raposa contratou o meia Paulo Isidoro, Joãozinho e o lateral-esquerdo Alonso foram repassados ao Guarani de Campinas. Depois, o goleador atuou por Ipatinga e Santa Cruz, antes de voltar ao Cruzeiro. Contudo, ele não ficou no grupo para a temporada 2003 e perdeu a chance de participar das conquistas da Tríplice Coroa.

Polêmica com Luxemburgo

Justamente no ano de reencontro com a Toca da Raposa, Joãozinho se deparou com o estilo controlador de Vanderlei Luxemburgo. Criticado pelo excesso de peso em um treinamento, em imagem que acabou captada por câmeras de TV, o atacante perdeu espaço com o técnico e foi embora em 2003.

O assunto não é algo recorrente na memória de Joãozinho. “Eu não lembro direito o que aconteceu. Houve uma discussão. Ele era o treinador e tem o direito de cobrar. Nunca precisou se desculpar por nada”.

Depois de rodar por vários clubes do país, Joãozinho foi protagonista com a camisa do Vitória. Esse é um dos motivos de o atacante ter adotado Salvador como sua residência fixa.


Clube do coração


Auremar de Castro/Estado de Minas
Filho de um ídolo celeste, Joãzinho não esconde a gratidão pelo Cruzeiro, clube que deu a oportunidade de se profissionalizar. Porém, ao contrário do pai, considerado um dos melhores jogadores da história do clube, o jogador revela que é torcedor do Atlético.

”A minha família toda é cruzeirense, mas eu sempre fui atleticano. Adoro o Cruzeiro, clube que meu pai ganhou tudo. Para você ter uma idéia, no último clássico torci para o Cruzeiro ganhar e conquistar o Brasileiro logo. É melhor para o futebol mineiro, que está no topo com o Galo campeão da Libertadores e o Cruzeiro com a chance de título brasileiro”, destacou Joãozinho.

O fato de ser filho de um ex-jogador que brilhou com a camisa celeste não foi motivo de cobranças exageradas, segundo o jogador. “Nunca houve uma pressão além do normal por ser filho do Joãozinho. Eu sempre levei isso na moral”.

Por fim, Joãozinho tem laços na Toca da Raposa até hoje. Seu filho mais velho joga nas categorias de base do time azul. O atacante aposta que o jovem João Vitor, de 13 anos, pode fazer mais do que ele na carreira e marcar seu nome na história do Cruzeiro.

“Eu sou feliz pelo que fiz. É lógico que eu podia ter ido além. Até ter defendido uma Seleção Brasileira, e clubes de destaque fora do país. Mas não posso viver pensando no que passou. Agora é bola para frente e outra vida. Tenho que torcer para os meus filhos jogarem. Tenho um de 13 anos, meia-esquerda, que joga na base. Aposto que ele dará alegrias à torcida do Cruzeiro”, finalizou Joãozinho.

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