FUTEBOL CANDANGO

Regulamento previa W.O. do Paracatu no Candangão. Mas regra é inválida

Time mineiro só tinha oito jogadores profissionais para a primeira rodada

postado em 02/02/2016 14:00

Redação /Correio Braziliense

Um dos jogos da rodada inaugural do Candangão nem deveria ter sido disputado, se a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) seguisse o regulamento escrito e publicado pela própria entidade. Isso porque o Paracatu só tinha oito jogadores profissionais registrados para jogar contra o Luziânia, no domingo (31/1), mas entrou em campo mesmo assim. O artigo 12 do regulamento prevê que a equipe deveria ter inscrito "no mínimo 18 atletas profissionais" para ter condições de jogo na primeira rodada.

O procurador do Tribunal de Justiça Desportiva-DF, Lourival Moura, descarta a possibilidade de abrir uma ação judicial, pois a Fifa estabelece oito jogadores como número mínimo. Segundo ele, só motivaria denúncia uma possível a participação de atletas irregulares, ou seja, que não estavam cadastrados no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF.

Para um dos redatores da Lei Pelé, Heraldo Palhoca, "tudo no regulamento que ferir a Constituição e as regras da Fifa não tem validade". Assim, não caberia punição ao clube. "O que é imprestável é o regulamento da competição. A palavra é essa mesmo, imprestável", definiu o advogado, ao analisar o artigo 12 do regulamento do Candangão.

Para não sofrer derrota por W.O, o Paracatu completou a escalação com cinco atletas da base - quatro jogaram, um ficou na reserva por 90 minutos. O presidente do clube, Elias Andrade, afirmou ter inscrito mais atletas e culpou "o sistema congestionado da CBF" pelo fato de só oito terem aparecido no BID. Na tarde de ontem, o boletim publicou o nome do nono jogador profissional do Paracatu.

Não é a primeira vez que o Candangão atropela regras neste ano. Na terça-feira, o Correio mostrou que dois dos 12 clubes não tinham a Certidão Negativa de Débitos - documento exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte para que qualquer equipe participe de competições oficiais. O problema se repetiu no Ceará, em Goiás e no Rio de Janeiro, onde a lei também acabou ignorada.

Duas quedas

O Brasília anunciou, ontem, a saída do técnico Omar Feitosa, após o empate em 1 x 1 com o Taguatinga. O comandante durou apenas cinco partidas no cargo e ainda não tem substituto definido. Esta é a segunda mudança de treinador no Candangão deste ano. No fim de semana, antes mesmo da estreia do Planaltina-GO, Jorge Medina deu lugar a Pedro Mendes.