DENÚNCIA

Dirigente do Brasiliense é acusado de tentar subornar árbitro

Paulo Henrique Lorenzo foi citado por fisioterapeuta do Jacaré, em depoimento sobre tentativa de combinação de resultado na Copa do Brasil

postado em 16/05/2018 15:06 / atualizado em 17/05/2018 13:37

Gustavo Moreno/CB/D.A Press
Paulo Henrique Lorenzo, diretor de futebol do Brasiliense, foi acusado fisioterapeuta auxiliar do clube, Pedro Crema, de tentar subornar o árbitro Vanderlei Soares de Macedo, da Federação de Futebol do Distrito Federal, na partida entre Manaus-AM e CSA-AL, pela primeira fase da Copa do Brasil. Segundo o jovem de 22 anos, ainda estudante de fisioterapia, o dirigente pediu para que ele oferecesse R$ 20 mil para o juiz favorecer ao time da capital do Amazonas.

Em contato com a reportagem do Correio, Paulo Henrique afirmou não ter conhecimento de que seu nome havia sido citado por Crema no depoimento ao STJD. O cartola do time de Taguatinga também alegou ter tomado conhecimento do caso de tentativa de suborno por parte da reportagem. “Não conheço ninguém do Manaus e não faço ideia porque o Pedro Crema citou meu nome. O que tem a ver o Brasiliense com CSA e Manaus?”, disse o dirigente. O placar final da partida, que terminou em 2 x 2, favoreceu ao CSA, que avançou à segunda fase da competição.
 
Crema prestou depoimento no STJD, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (11/05), quando acabou afastado por 365 dias de qualquer atividade ligada ao futebol, além do pagamento de uma multa de R$ 10 mil. Na sessão, o auxiliar de fisioterapia confirmou a tentativa de suborno ao árbitro da partida. Porém, segundo ele, o mandante da operação teria sido Paulo Henrique. Além de Pedro, os assistentes do partida Lucas Torquato Guerra e Marconi de Souza Gonçalo, do Distrito Federal, o quarto árbitro Ivan da Silva Guimarães, o analista de campo Raimundo Nonato da Silva, o delegado da partida, Lázaro Dangelo Pinheiro, do Amazonas, e o presidente do Manaus, Giovanni Alves Silva, são citados no inquérito. 

Reprodução/Internet
Paulo falou também sobre a relação de Crema com o clube amarelo. Segundo o dirigente, o auxiliar de fisioterapia prestava serviços esporádicos para o clube, o que aconteceu, segundo ele, em “dois ou três momentos” durante a temporada. “Quem responde pela fisioterapia do clube é o Luiz Felipe Fonseca. O Pedro não tem nada com o Brasiliense”, enfatizou.
 
Porém, alguns jogadores do clube de Taguatinga refutaram a versão do dirigente e confirmaram à reportagem que Crema estava na equipe de fisioterapia do time até recentemente, onde atuou, inclusive, em algumas partidas da Série D do Campeonato Brasileiro, iniciada em abril. Pedro Crema também prestou serviços ao time durante o Campeonato Candango de 2017 e 2018.

Provas apresentadas

O administrador de empresas Sílvio Duarte, pai do estudante de fisioterapia, afirma ter provas de que Paulo Henrique Lorenzo foi o responsável pela ordem de tentar subornar Vanderlei Soares de Macedo. “Ele foi assediado duramente pelo dirigente do clube, pois sabia que o Pedro era conhecido no meio esportivo de Brasília. Ele já tinha tentado várias vezes antes”, comentou, argumentando que o mandatário teria oferecido vantagens a Crema, que se forma no fim do ano, caso ele realizasse a oferta ao juiz. 

De acordo com o pai de Crema, ele tem conversas por mensagens e alguns áudios que ligam Paulo Henrique à denúncia. O material foi mostrado na audiência no Rio de Janeiro, na sede do STJD.