Reinier pode ser o terceiro jogador nascido no DF a conquistar Libertadores

Sete de setembro. Fim de um jogo histórico no Mané Garrincha. A caminho do ônibus do Flamengo para deixar a arena depois da vitória por 3 x 0 sobre o Avaí, Reinier Jesus Carvalho curte o primeiro gol como profissional. O meia-atacante brasiliense de 17 anos dá uma parada antes de entrar no baú, ouve a pergunta feita pelo Correio e responde qual é o cantinho preferido dele na cidade. “O Guará. É onde nasci, vivi, passei a minha infância toda lá. É onde eu tenho os meus amigos, a minha família, onde o meu sonho de ser jogador começou”.

 

Relacionado para a final de amanhã da Libertadores entre Flamengo e River Plate, às 17h, no Estádio Monumental, em Lima, no Peru, Reinier virou uma espécie de 12º jogador da torcida e do técnico Jorge Jesus. Quase sempre é a primeira opção quando Gabriel Barbosa, Bruno Henrique, Arrascaeta ou Éverton Ribeiro estão vetados, convocados para a seleção ou suspensos. Concentrado em Lima, Reinier dorme cheio de terceiras intenções. Pode ser o terceiro jogador nascido no DF a estampar no currículo o título da Libertadores.

 

Campeão em 2005 pelo São Paulo, Amoroso deu os primeiros passos rumo à glória na Associação dos Servidores do Senado Federal (Assefe), no Setor de Clubes Sul. Basta passar pela catraca e olhar à esquerda para ver a imagem do menino na galeria dos títulos. Foi dele, aos 16 minutos da etapa inicial, o primeiro gol nos 4 x 0 sobre o Athletico-PR, no Morumbi, na partida de volta da decisão.

 

Um dos heróis do tri do Santos em 2011 sob a batuta de Muricy Ramalho, o meia Felipe Anderson começou a traçar a rota do sucesso nos campinhos de terra batida de Santa Maria. Tinha 18 anos quando festejou o título conquistado contra o Peñarol no gramado do Pacaembu. Atuava ao lado de Neymar, Ganso e Elano.

 

Reinier lembra direitinho o endereço dos primeiros toques na bola. “Campinho da quadra 1”, respondeu ao Correio naquele 7 de setembro dos sonhos no Mané Garrincha. Amoroso e Felipe Anderson são os dois candangos campeões da Libertadores. Entretanto, a inspiração de quem tenta ser o terceiro da lista é um número 1 do mundo nascido no Gama. Ricardo Izecson dos Santos Leite, o Kaká, jamais conquistou a Libertadores.

 

Jorge Jesus comparou a joia rubro-negra ao melhor do mundo de 2007 na entrevista coletiva após a estreia de Reinier em Brasília como jogador profissional. Reinier concorda. “Foi um ídolo para mim. Sempre o acompanhei por vídeos, meu pai me mostrava. Fico muito feliz com essa comparação, ainda mais partindo do Jorge Jesus. Temos algumas semelhanças, sim, e eu me inspiro nele. Somos parecidos na altura, nas arrancadas”, compara.

 

Conselhos 

 

Campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2005 pelo São Paulo, Amoroso torce para que Reinier conquiste, assim como ele, a Libertadores e o Mundial. “Meu conselho é esquecer a ansiedade dos torcedores e se concentrar no que tem que fazer em campo. Apesar da pouca idade, ele está ao lado de jogadores mais experientes. O Reinier pode fazer a diferença quando entrar em campo”, aposta o ex-atacante. Por sinal, o primeiro gol de Amoroso e de Reinier pelo Flamengo foram no mesmo estádio: Mané Garrincha.

 

Amoroso balançou a rede aos 16 minutos do primeiro tempo na conquista do São Paulo. Foi o início de uma longa espera até o apito final. “Na realidade, pensava só na festa pós-jogo e na alegria dos torcedores tricolores com o título. Fabão, Luizão e Diego Tardelli completaram a festa no Morumbi.

 

De Londres, Felipe Anderson, do West Ham, mandou energia positiva a Reinier. “A primeira coisa é ter a confiança de que chegaram numa final, você faz parte desse elenco, e é um jogador importante para a disputa do título. Que esteja tranquilo e saiba que tem colegas e um grande treinador ao lado para ajudá-lo. Fé em Deus que vai dar tudo certo. Que Deus abençoe e possa ser um grande dia”, disse o meia, em entrevista ao Correio.