Futebol Nacional

ASSASSINATO

Filha de assassino de Daniel fingiu preocupação com o jogador em troca de mensagens com a mãe da vítima

Nas mensagens, Allana omitiu tudo que ocorreu na casa dela e ainda tentou auxiliar nas buscas pelo jogador

postado em 03/11/2018 14:48 / atualizado em 03/11/2018 15:38

Reprodução/Instagram
A filha do assassino confesso de Daniel Corrêa, meia do São Paulo Futebol Clube (SPFC), trocou mensagens com a mãe da vítima horas depois da morte do jogador. Allana Brittes omitiu a confusão que teria ocorrido após sua festa de aniversário, em São José dos Pinhais (PR), e, segundo a polícia, teria fingido preocupação, auxiliando nas buscas pelo jogador, quando o rapaz já estava morto. O comerciante, a esposa – Cristiana Brittes – e Allana estão presos acusados pelo crime.
 
Na segunda-feira (29/10), Allana mandou mensagens para mãe de Daniel, pedindo informações sobre o enterro do rapaz. Ela queria saber se a cerimônia aconteceria em Curitiba. Quem responde é a tia do jogador. Ao ser questionada sobre a saída do Daniel da casa dela, Allana diz que ele deixou o local por volta das 8h. Ela disse, ainda, que "ele só deu tchau, levantou e foi embora". Quando indagada se houve alguma briga na casa, para onde foram cerca de 11 pessoas após a comemoração de seu aniversário, em uma casa de festas, a jovem nega. "Claro que não, imagina! Era minha casa", responde.
 
Em mensagens anteriores, enquanto Daniel ainda estava desaparecido, Allana chega a mandar contatos de vários hotéis da região, supondo que talvez o rapaz tivesse se hospedado por lá. Ela disse que estava indo ao Instituto de Medicina Legal (IML), na companhia dos pais, para ver se o corpo encontrado seria o do jogador. "Fica tranquila, por favor. Se Deus quiser, não vai ser ele. Vamos ter fé, vai dar tudo certo", disse à mãe do meia.
 
 
 
Após ser pressionado pela polícia, o pai de Allana, Edison Brittes, confessou o crime. Segundo Claudio Dalledone Junior, advogado do suspeito, ele agrediu e matou Daniel, após o jogador tentar estuprar a mulher dele.
 
Os investigadores paranaenses, no entanto, contam outra versão. Em coletiva de imprensa, o delegado responsável pelo caso, Amadeu Trevisan, não confirmou a história da defesa de Edison e diz que os fatos ainda estão sendo investigados. Ainda de acordo com o policial, outras três pessoas são procuradas, suspeitas de terem participação.
 
Em nota, o advogado da família Brittes afirmou que não recebe com surpresa a suposta troca de mensagens entre Allana e a mãe da vítima. "Edison Júnior assume ter matado e ocultado o cadáver de Daniel Freitas. Logo, uma suposta conversa como a quem vendo sendo divulgada é natural. Um ato impensado e desesperado de uma filha tentando proteger o pai", diz a nota. 

Ainda segundo o defensor, na próxima segunda-feira (5/11), a família Brittes prestará depoimento à autoridade policial "oficializando sua versão dos fatos". A prisão dos Brittes tem validade por 30 dias.

Crime  

O jogador do São Paulo Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos, estava emprestado ao São Bento, time de Sorocaba (SP). Como não estava sendo aproveitado pelo clube nos últimos dias, viajou até Curitiba, em 26 de outubro, exclusivamente para prestigiar a festa de aniversário de Allana, marcado para acontecer em uma boate. Freitas já havia participado da festa de 17 anos da jovem, no ano passado.
 
Segundo a polícia, após a comemoração, um grupo de 11 pessoas seguiu para a casa da família Brittes, entre eles, Daniel. Já na residência, o meia teria trocado mensagens com um amigo, onde afirmava que teve relações sexuais com a mãe da aniversariante. Ele chegou a mandar uma foto com os dois na cama. Na imagem, ambos aparecem vestidos e a mulher dormia. 
 
Ao flagrar Daniel na cama ao lado da esposa, o empresário Edison Brittes deu início à sequência de agressões, com a ajuda de outros homens que também estavam na casa. O meia desmaiou e foi jogado no porta-malas do carro de Edison. No local onde o corpo foi encontrado, o assassino confesso cortou o pescoço e o órgão genital da vítima
 
*Estagiário sob a supervisão de Anderson Costolli